VM: criatividade, organização e conhecimento sobre o comportamento do consumidor
Em entrevista pingue-pongue, Ayrton Carvalho Mello Junior, com 28 anos de experiência em Visual Merchandising e vitrinismo, fala sobre o trabalho de VM que requer um profundo conhecimento do consumidor / cliente do estabelecimento, e, também, criatividade e organização. Mello Junior foi docente do Senac por 10 anos, atua ainda como consultor, tendo entre seus clientes a Original Hering (Marau/RS), Gregory (Porto alegre/ RS), WStore (Carazinho/RS), Izanubia (Canoas e N.hamburgo/ RS) e Chris Evert (Porto alegre/RS). O especialista é um dos membros do Comitê de VM da ABIESV, que tem no total 10 profissionais reconhecidos da área, que trabalham para que o setor seja profissionalizado e para ajudar o varejista a contratar o melhor serviço.
No pós-pandemia o que muda nos preparos da jornada do consumidor, no que envolve o trabalho de VM?
A.C. Clareza e objetividade de informação nas exposições são obrigatórias para que a experiência de compra seja a melhor possível.
Cite ações simples que podem ser feitas dentro da loja para que a marca se conecte com o cliente de forma positiva, em tempos de pandemia.
A.C. – Devemos, mais do que nunca, entender nosso consumidor e nos conectar as suas necessidades:
– Segurança nos protocolos
– Composições de produtos
– Criações de combos otimizando oportunidades
– Ampliar área de circulação — dentro do possível para que mantenhamos o distanciamento ideal e a acessibilidade a todos os pontos
Sobre a sinalização na loja algo mudou ou este trabalho foi intensificado?
A.C. — Com certeza foi intensificada a sinalização. A necessidade de que cada espaço e ação fosse sinalizada, sempre houve, mas tornou-se imprescindível nesse momento, em que é necessário otimizar a permanência do consumidor em loja e nos posicionarmos em relação aos protocolos sanitários.
E com relação a cores, quais as mudanças?
A.C. – Deve-se apurar a clareza da informação e as cores com seus pesos e suas energias devem ser exploradas de acordo com a estratégia de cada segmento, seja na paleta ordenada ou na coordenação e combinação das mesmas.
A tecnologia ajuda no trabalho de VM? Caso sim como?
A.C. – A tecnologia torna-se a cada dia uma ferramenta mais que necessária na gestão de varejo. No VM pode ser aplicada na ordenação das atividades ou projetos a serem realizados, atraindo nas vitrines e, também, pode ser responsável por replicar informações e propostas nas redes sociais.
O que o pequeno varejista pode fazer para também ter um trabalho de VM em sua loja com pouca verba?
A.C. – O VM não deve ser visto como um custo e sim como um investimento em que a criatividade, organização e conhecimento sobre o comportamento do consumidor farão a diferença. Portanto, independentemente do poder de investimento ser menor ou maior, o resultado com certeza acontecerá. A busca por um profissional para iniciar o processo e o treinamento das equipes irá gerar uma cultura de VM que trará resultados futuros.
Legenda da Foto: Homem Company, Porto Alegre