ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
Vendas de Natal devem movimentar R$ 65 bilhões esse ano

Vendas de Natal devem movimentar R$ 65 bilhões esse ano

16 dez 2022

Desde o início da pandemia, em 2020, essa será a primeira alta real das comercializações no varejo, com a expectativa de movimentar R$ 65,01 bilhões em vendas no Natal, acima dos R$ 64,25 bilhões em 2021.

No entanto, o volume ainda ficará abaixo do registrado em 2019, antes do início da pandemia, segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), que reviu para baixo a previsão do aumento de vendas no Natal de 2022. A estimativa era de alta de 2,1%, agora reduzida a 1,2%. A revisão para baixo está relacionada ao aumento dos juros, que atingiu o maior patamar em operações livres com pessoas físicas, de acordo com o Banco Central, e ao comprometimento da renda da população, que atingiu também o patamar recorde de endividamento. Esse cenário impacta, principalmente, a venda de bens duráveis.

“Os bens duráveis, como eletroeletrônicos, artigos de decoração e produtos que dependem de linha de crédito para compra tendem a ter uma queda maior com relação ao ano passado e devem continuar negativos ao longo do próximo ano. Já os bens de consumo geral, como alimentos e bebidas, e os semi duráveis, em especial a linha mole, que inclui roupas, calçados e acessórios, são os que lideram o crescimento das vendas de final de ano”, explica Marcelo Villin Prado, diretor do IEMI – Inteligência de Mercado e diretor de pesquisa da ABIESV.

Já o setor de hiper e supermercados responde por uma fatia de 38,6% (R$ 25,12 bilhões) do volume total de vendas, ganhando destaque no período de Natal. Itens de vestuário, calçados e acessórios vêm em seguida, com 33,9% do total (R$ 22 bilhões) e as lojas especializadas em artigos de uso pessoal e doméstico, com 12,6% ou R$ 8,19 bilhões do total de vendas.

São Paulo, Minas e Rio de Janeiro devem responder por 51,3% da movimentação financeira prevista para o Natal desse ano, embora o Distrito Federal e o Rio Grande do Sul tenham as maiores projeções de avanço nas vendas para a data em relação a 2021, segundo o IBGE.

Dados da Secretaria de Comércio Exterior do governo federal mostram que as importações de produtos tipicamente natalinos cresceram 8%, entre setembro e novembro de 2022, em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo US$ 468,9 milhões, o maior volume desde 2014. Em comparação ao ano passado, as maiores altas de produtos do exterior foram os itens de perfumaria (com crescimento de 167% em volume financeiro) e de oleaginosas, como nozes e castanhas, com aumento de 35%.

A CNC espera que 98,8 mil vagas temporárias sejam abertas no varejo para o Natal de 2022, número que corresponde ao aumento de 1,8% com relação ao ano passado. A projeção da taxa de efetivação de empregos para trabalhadores temporários é de 9,1%. A expectativa dos analistas é de que a melhoria do mercado de trabalho, aliada à desaceleração da inflação poderão dar um novo fôlego ao comércio.

De acordo com Villin, “as vagas temporárias, embora tenham aumentado menos do que o período pré-pandemia, deveriam crescer para atender o grande fluxo nas lojas esse ano, já que muitas pessoas estão optando por comprar em lojas físicas. Os consumidores voltarão ao padrão anterior, deixando as compras para a última hora, e os lojistas que deixarem de contratar perderão vendas por falta de atendimento”, alerta o especialista.

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