ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
O uso do Visual Merchandising para tornar uma loja mais intuitiva

O uso do Visual Merchandising para tornar uma loja mais intuitiva

11 nov 2022

Para falar sobre Visual Merchandising e o impacto positivo que seu uso causa nas vendas da loja, o Portal do Varejo fez uma entrevista exclusiva com uma das maiores especialistas do País no assunto, Sonia Paloschi, diretora de VM da ABIESV, que também coordena o Comitê de VM da entidade, e está à frente do Purchase Comunicação e Marketing. A executiva nos conta sobre a importância dessa ferramenta, o quanto hoje está sendo usada em vários segmentos do varejo e um case do Nordeste.

1.Hoje com a loja física tendo que se reinventar e apresentar experiências, o papel do VM ficou ainda mais importante? Por quê?

O VM tem um papel estratégico no varejo e dá sua contribuição em diversas frentes, como tornar a loja mais intuitiva, ter espaços que falem direto com o cliente, além das boas vendas, claro.

Quando se trabalha com uma loja física não pode só vender. O cliente tem que se sentir em um lugar agradável. Ter vontade de conhecer a loja como um todo, ter uma circulação boa. E esse é o papel do VM, trabalhar com cada um desses pontos de forma a fazer com que o cliente se sinta bem desde a porta do PDV até o caixa, e consiga encontrar o que ele quer e ainda comprar aquilo que ele não imaginava.

É importante a loja ter vitrines atraentes, espaço instagramável, exposição do produto correta e um bom atendimento.

Aplicar as técnicas de VM vale não só para o varejo de moda, mas também para todos os segmentos. Hoje é difícil fazer um projeto de loja sem um profissional de Visual Merchandising, que atua junto com o arquiteto.

2.Hoje a tecnologia é uma forte aliada do VM. Totens interativos, painéis de LED e até os espelhos inteligentes ajudam nesse trabalho na loja física?

Sim. A tecnologia hoje faz parte do varejo, porém é necessário que se faça uso correto dessa tecnologia, alinhar o custo-benefício e onde o VM pode e deve dar ideias implantando novas ferramentas.

3.O autoatendimento é também uma tendência do VM? Está dentro do seu guarda-chuva?

Como proposta de projeto o VM deve sugerir, porém não é o definidor desta ferramenta, ficando na decisão de operações.

4.Nem todos conhecem, mas fatores sensoriais fazem parte de uma boa estratégia de VM: visão, audição, olfato e paladar. Fale a respeito?

Os 5 sentidos fazem parte fundamental do ambiente de uma loja.

Cada etapa de um projeto tem que avaliar os fatores sensoriais, onde a visão tem 80% de força neste processo e as porcentagens dos demais vai depender de cada segmento. Por exemplo, o olfato em um restaurante é fundamental, tanto quanto o marketing olfativo em uma loja de moda. Também é importante fazer um estudo do uso de som adequado para beneficiar o ambiente e não afastar o cliente. Cada sentido tem que ter o conforto mantendo o cliente dentro da loja.

5.Quais são as vantagens de um VM bem-feito para o negócio?

Vender mais, uma loja bem exposta favorece a reposição, o atendimento rápido e o cliente faz as suas escolhas e compras sozinho.

6.Cite algumas marcas que na sua opinião trabalham o VM muito bem?

Entre elas estão a Zara, Riachuelo Casa, Camicado e Renner.

7.Conte um case de projeto seu atual que tenha sido interessante?

Um case interessante é o da marca EMES, rede de lojas no Nordeste, que vem crescendo. Há um ano e meio fui contatada por um grupo de Sergipe para montar um projeto de loja de moda, confecção e calçados, feminino e masculino, que atende as classes C e D, onde a loja precisa ter massificação do produto.

A marca está expandindo na região de Recife e interior norte da Bahia. Começamos o projeto do zero, desenvolvemos todo conceito da loja, comunicação visual, parte de equipamentos de exposição e aplicação de todas as técnicas de VM.

A marca é nova, nova logomarca e nova comunicação. Desenvolvemos todo o processo conhecendo o mix de produtos e fazendo uma pesquisa para saber  tudo que fosse possível sobre a concorrência, marcas que existiam na cidade e nos arredores.

A primeira loja da EMES foi inaugurada em maio de 2022, em Ribeira do Pombal, Norte da Bahia, tem batido meta todo mês e já é referência na cidade. Agora, o projeto será replicado para mais lojas da marca, como a de Umbaubá, em Sergipe.

Foi um projeto muito bom de desenvolver porque o cliente nos ouviu, não só na avaliação da arquitetura, mas principalmente de merchandising e incorporou a nova comunicação visual.

EMES rede de lojas no Nordeste

Crédito das fotos: Divulgação Purchase Comunicação e Marketing