Evento mostra o forte investimento de diversos segmentos do varejo no design estratégico da loja
“A loja física tem que se destacar, pois se for só para comprar produtos, atualmente, temos vários canais. O PDV se torna importante na experiência sensorial e no relacionamento humano”, diz Claudia Vizzotto, Líder de Planejamento da Design Novarejo, na palestra de abertura do 36º BACKSTAGE DO VAREJO, promovido pela ABIESV, na última quinta-feira (20/10), na FAAP Business Hub, sob o tema “O Impacto de um Design Inovador na Experiência de Compra”, em uma programação repleta de conteúdo.
Em sua apresentação, Claudia mostra números da pesquisa feita para o evento National Retail Federation desse ano: 72% dos consumidores compram atualmente na loja física; 50% afirmam que preferem a loja física porque precisam tocar nos produtos; e 43% porque querem obter produtos diretamente. Outro dado interessante é que 62% dos entrevistados estão atentos e conscientes sobre o impacto ambiental e preferem comprar de marcas com responsabilidade social. “Hoje o consumidor não compra simplesmente um produto, mas sim um estilo de vida”, completa a especialista.
Na apresentação de Marcos Morrone, sócio-diretor da Design Novarejo, foram mostrados três cases de lojas conceito de segmentos que não é comum ver investindo tão forte em projetos de design, ainda mais projetos de design tão completos e amplos. São eles a Loja do Mecânico, Grupo Amarelinha Tintas e Leo Madeiras.
“Na Leo Madeiras criamos áreas específicas dentro da loja conceito, localizada na Avenida dos Estados (capital de SP), para os diferentes consumidores da marca: o marceneiro mais maduro, o marceneiro da nova geração, o arquiteto e o consumidor final”, conta Morrone.
Já a Amarelinha Tintas passou de uma loja bem convencional a uma loja experiencial. “O objetivo foi atrair arquitetos e decoradores com os produtos aplicados de forma que os consumidores pudessem vê-los, por isso o chão, teto e paredes com diferentes tipos de verniz, além de metais nos displays com aplicações de tintas”.
A explicação é completada pelo próprio varejista, Vinicius Capatto Miguel da Silva, Gerente Regional do Grupo Amarelinha Tintas: “a loja física tem que ser mesmo de experimentação. E o que nos surpreendeu foi a adesão dos pintores, que também levam nas nossas lojas seus clientes, além dos arquitetos e engenheiros”.
A Loja do Mecânico que era apenas digital, desde 1993, inaugurou a sua primeira loja física no começo desse ano, em Jundiaí/SP, e já está com 14 unidades no interior de São Paulo. “A parte da loja da área de operação é toda de vidro, o que permite aos frequentadores ver tudo o que está sendo feito. No espaço tem um mega painel, onde é possível fazer simulações de ambiente de mecânica. Tem, também, áreas destinadas a cursos e eventos”, diz Morrone.
Conforme conta Thiago Ferreira Gurgel, CEO Gente & Tech da Loja do Mecânico: “Nós já construímos a marca pensando em um dia entrar no físico. Hoje, na nossa marca, o cliente compra onde e como ele quiser, há uma interação entre físico e digital. Também acreditamos no treinamento constante dos vendedores das lojas, no oferecimento de portfólios diferentes dependendo da região e na entrega rápida. Antes nossa entrega era de dois dias, hoje é de no máximo 6 horas”.
Segundo o varejista, como resultado da criação da loja física, do investimento em projeto arrojado de design e demais ações, as vendas aumentaram por região.
A importância da arquitetura estratégica
Para Livia Abrão, Gerente de Visual Merchandising, Design Manager da Natura Latin America, o importante é expandir de forma sustentável, sem perder o DNA da marca e ser rentável. “Para isso, precisamos muito contar com o apoio da arquitetura, que deve ter um olhar bem estratégico”. Ela concedeu palestra no evento, intitulada ‘Como a Arquitetura Estratégica e VM facilitam a expansão da marca em diferentes modelos de operações’, ao lado de Juliana Neves, Vice-presidente da ABIESV e CEO da Kube Arquitetura.
Entre os modelos de negócios da Natura estão:
. a loja conceito focada na máxima experiência, imersão na marca e portfólio selecionado, presença da flagship da marca;
. loja com amplo portfólio de produtos, com foco em conveniência;
. e o novo modelo, o intermediário, escalável, que segue o look & feel das lojas conceito, e as diretrizes da marca Natura, e que atende um formato franqueável.
“Esse foi um projeto muito estratégico, desenvolvido remotamente durante a pandemia, na qual a Natura queria expandir, o que implicava na criação de um modelo de negócio mais escalável e franqueável”, conta Juliana. Segundo explica, a arquitetura estratégica ajuda a escalar um negócio, a fazê-lo de forma modular e flexível. Uma arquitetura inteligente transforma uma loja grande até em um quiosque”. Livia completa dizendo que são feitas adaptações do mobiliário modular dependendo do tamanho da loja da Natura.
A tecnologia a favor do varejo
“A importância da tecnologia na expansão da Constance Calçados — Inovação, agilidade e resultados no PDV aliados ao software de gestão” foi tema de mais uma apresentação do 36º BACKSTAGE DO VAREJO. No painel, Rachel Mendonça, Diretora de Tecnologia, Inovação e E-commerce na Constance Calçados, e Alex Marques, Diretor Comercial da Data System, contaram sobre os benefícios da implantação há três anos da tecnologia de ponta (softwares de gestão), que permitiu a Constance Calçados boa gestão e boas vendas.
Segundo Rachel, foi possível obter ferramentas de gestão, com indicadores de performance, que possibilitaram aos gerentes e franqueados atuação imediata com time de vendas ao longo do dia. “Além disso, implantamos ferramentas de gestão de compra, com compras mais assertivas, para melhorar a qualidade e quantidade de produtos no PDV, alavancando ainda mais os resultados e metas de vendas”.
Para ela, o grande diferencial da parceria em tecnologia com a Data System é que permite mudanças para a melhoria do sistema. “Pensamos juntos e criamos novas soluções que sanam necessidades da Constance Calçados, que hoje tem 218 unidades e pretende expandir rápido nos próximos anos. Com esse suporte tecnológico e o projeto omnichannel, conseguimos aumentar em 16% as vendas no e-commerce”, completa.
Entre os produtos de software de gestão para o varejo disponíveis na Data System estão o Sistema de Gestão ERP (DV 4.0), que faz a gestão com controle multilojas integrado em vendas, metas, estoque, financeiro e compras, e painel omnichannel para gestão de vendas online e físicas; os Aplicativos Móveis, que reúnem diversos aplicativos integrados ao PDV, para pré-pedido de compras via APP, também possibilita acompanhar os resultados de vendas, metas e performance; e o Business Intelligence, ferramenta desenvolvida exclusivamente para lojas de calçados e roupas, coleta dados do PDV, analisa e apresenta, de forma simples e fácil de interpretar, informações do desempenho da loja.
“O compromisso da Data System é traduzir as principais tecnologias disponíveis no mercado em resultado para os lojistas. Cultura organizacional e engajamento do time são tão importantes quanto as ferramentas tecnologias que serão implementadas na loja. Sendo assim, procuramos sempre direcionar nossos clientes a primeiro entender qual problema ele precisa resolver, para depois propormos a tecnologia ideal”, explica Marques.
O 36º BACKSTAGE DO VAREJO tem os patrocínios da Lemca Iluminação e Data System e os apoios do Conselho do Varejo da Associação Comercial de São Paulo – ACSP, da Couromoda e ABCasa.