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NRF 2023: As gerações Z e Alpha estão no comando, o que fazer?

NRF 2023: As gerações Z e Alpha estão no comando, o que fazer?

03 fev 2023

Por Rafael Cunha *

O mercado varejista de todo o mundo está atento às tendências explanadas durante a edição deste ano do Big Retail’s Show, da NRF. Entretanto, se faz importante, para uma compreensão mais estratégica das macros e micros tendências, a validação das gerações Z, nascidas entre 1995 e 2010, e a Alpha, nascidas a partir de 2010 até 2025, e todas as nuances que essas gerações transitórias, que passeiam pelas experiências físicas, a revolução digital e suas visões globais e locais de suas necessidades de consumo.

A geração Z traz consigo o boom da internet, do e-commerce, o advento das redes sociais e a construção mais sólida das preocupações ambientais e sociais. A Geração Alpha já nasce na busca de identificação e reconhecimento, com um alto poder crítico, político, criativo e com novos modelos de relacionamentos interpessoais. As diversas tendências apresentadas durante a NRF trazem, em sua maioria, como principal norte, a maturidade dos pensamentos da geração Z para os valores inegociáveis da geração Alpha. A pergunta é: como o varejo vai interagir entre gerações tão difíceis de serem compreendidas e definidas?

O primeiro caminho é sem dúvidas o posicionamento. Um negócio tem por obrigação, para sua saúde de perpetuação e rentabilidade, ter um propósito que represente valores sólidos, baseados, principalmente, na sustentabilidade do planeta e no consumo consciente. Compreender a visão dos mundos dessas duas gerações, traz consigo uma responsabilidade que envolve toda a cadeia produtiva e comercial do negócio, da seleção de fornecedores, que tenham princípios e valores similares, a omnicanalidade, que deve integrar experiências eficazes e memoráveis em todos os pontos de contatos do consumidor com a marca, a famosa jornada de consumo.

Outra compreensão, que é importante e fundamental, é o varejista saber nadar entre os universos digitais e analógicos, principalmente na realidade das policrises que a sociedade está vivenciando. Pandemia, secas, inundações, mega tempestades, guerras, preços elevados de energia, alimentação e o desaceleramento de grandes economias, culminam em incertezas que podem trazer oportunidades de novos produtos e serviços, como a morte de grandes e até então, intocáveis, negócios. Todas essas dualidades são entraves ao vivenciamento como sociedade, e que reavaliam constantemente as resiliências das marcas em geral. Por isso, esteja atento às possibilidades da ambiguidade digital/analógico.

Não existem segredos a serem revelados, as tendências estão aí sendo apresentadas, comentadas, experimentadas, e claro, determinando ou não a evolução de negócios em todo o mundo. Identificar com maior assertividade possível quais os perfis das gerações Z e Alpha, é um trabalho em construção para todos os mercados, e para o varejo é muito mais essencial, afinal, a existência de uma boa marca é diretamente proporcional ao poder de decisão de compra dessas gerações.

* Rafael Cunha – é especialista em experiência do consumidor pela ESPM de São Paulo. Está há mais de 10 anos na área de marketing, sendo o responsável pelo reposicionamento de grandes marcas no mercado como a Omega Light, Delfa bojos e a AsBAI – Associação Brasileira da Arquitetura da Iluminação. Atualmente, é o responsável pelo core business da La Clofit, faz assessoria em branding e comunicação digital para várias marcas nacionais como a Omega Light, Allume, AsBAI, entre outras, através da sua agência digital Ecoa Lab, no Instagram @ecoa_lab.

Crédito da foto de abertura: Freepik