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Novos tempos, novos conceitos e muita inovação: Design Novarejo, jornada de 30 anos

Novos tempos, novos conceitos e muita inovação: Design Novarejo, jornada de 30 anos

07 jan 2021

A entrevista de hoje é com Marcos Morrone, sócio-diretor da Design Novarejo, junto com Mauro Minniti, que desde 1990 desenvolve projetos para espaços comerciais. “Participamos de momentos importantes do varejo como o projeto da mudança da tradicional loja Mappin para Extra, e a união das grandes redes de home centers da época, a Conibra, Uemura, Madeirense, para a C&C”, conta Morrone. No pingue-pongue, o especialista fala sobre o processo de trabalho da identidade visual/corporativa de uma marca, as mudanças em função da pandemia, como os pequenos varejistas podem ter acesso a projetos de ambientação e VM e cases de grandes marcas como Kopenhagen e Sadia.

Com formação em desenho industrial/comunicação visual pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP, Morrone está à frente de uma empresa que, ao longo dos anos, tem colecionado prêmios, entre eles: alguns internacionais como o IGA – International Grocery Alliance americano, por duas vezes com projetos completos de loja; o Prêmio Popai Brasil, e seis Prêmios Design de Varejo/2019, coordenado pela RDI – Retail Design Institute, e organizado pela Gouveia de Souza.

Projeto Mercato Sadia // Conceito e Design: Design Novarejo //Agência: África // Arquitetura: MW Arquitetura // Construtora: CYMZ // Tecnologia: Seal // Marcenaria e Comunicação Visual: Promova // Loja da foto: Av. Imperatriz Leopoldina, 1490 – Vila Leopoldina

 

Como a Design Novarejo cria a Identidade visual/corporativa. Quais são os passos básicos?  

M.M. O primeiro passo é um trabalho integrado de entendimento do propósito da marca e principais atributos, elementos visuais, aplicações e, só depois, seguimos para o desenvolvimento gráfico: logo, tipografia, imagens, paleta de cores, entre outros elementos e suas regras de aplicação.

No trabalho realizado tudo está conectado: identidade visual, arquitetônica, layout da loja, ambientação, Visual Merchandising. Como fazer isso com maestria?

M.M. Primeiro é feito o diagnóstico, o levantamento de informações, que são os pontos de partida para o bom entendimento do projeto. Em seguida, tem uma reunião de criação com a equipe de profissionais da Novarejo, de cada disciplina, para que exista uma perfeita integração no desenvolvimento do projeto. Após algumas etapas de criação interna, definimos o conceito e iniciamos a montagem da apresentação para o cliente. Um bom projeto/criação pode ir por água abaixo caso o cliente não entenda o conceito que estamos apresentando.

Como o pequeno varejista pode ter acesso a tudo isso?  

M.M. Nós da Design Novarejo, da mesma forma que outros escritórios da área, atendemos a grandes clientes, mas abrimos espaço para cuidar de pequenos varejistas. Normalmente, os ajudamos na organização básica da loja, que é o que mais necessitam de imediato, para em um segundo momento oferecer projetos mais elaborados. Mas aí o varejista já está com a “casa arrumada” e pronto para receber esses novos projetos.

O que mudou neste trabalho no varejo, em função da pandemia?

M.M. Tudo mudou! Mudou o contato com nossa própria equipe e com fornecedores, a reunião com o cliente, o levantamento das lojas, a apresentação dos nossos projetos… Tudo isso agora é feito virtualmente. Embora tenhamos nos adaptado rapidamente, sempre existe um impacto e, conforme o tempo vai passando, novos desafios vão surgindo. Nesse momento estamos com falta de matéria-prima, que afeta diretamente a finalização de nossos projetos e montagem das lojas. Estamos driblando a situação usando materiais alternativos, temporariamente.

Quais os projetos mais recentes da Design Novarejo? Conte a respeito do processo e realização?

M.M Este ano foi positivo, mesmo com a pandemia. Coincidentemente o segmento que atuamos não foi tão impactado, entre eles o de supermercados, hipermercados, materiais de construção e farmácias. Desenvolvemos muitos projetos em vários segmentos do varejo e indústria. O maior deles para a BRF/Sadia, o Mercato Sadia, onde primeiro nós desenvolvemos dois projetos de loja conceito da marca, na Vila Leopoldino/SP e na cidade de Itajai/SC (com inauguração em breve). Depois, como desdobramento, fizemos as versões de Store in Store para supermercados e hipermercados e atacarejos, lojas próprias e ilhas no Extra, Carrefour, entre outros. E o projeto ainda terá outros desdobramentos nesse modelo das lojas pilotos de aplicações Store in Store ou em outros formatos para posicionamento da marca no varejo.

Tem, ainda, outro case interessante, a nova versão de loja para a Kopenhagem, projeto que mantem o público tradicional, que é de mais idade, e, também, feito para atrair um público mais jovem. Além dos novos conceitos para as redes de Farmácia: Drogarias Globo e Santa Marta, para o home center Di Casa, em Belém/PA, e para o Royal Estoque, no Rio de Janeiro. Foram mais de 30 clientes diferentes atendidos este ano.


Kopenhagen Vila Nova Conceição – R. Domingos Fernandes, 618 – Vila Nova

Como está sendo trabalhar home, o que muda na produção?

M.M Estamos em home office desde 13/3 e sei que não retornaremos tão já, só após a vacina. A preocupação é com a saúde mental do grupo, afinal trabalhamos com criação e se a cabeça não estiver bem nada acontece. O que muda no processo criativo é a conexão da equipe que está à distância. Reuniões presenciais são importantes e esse é o nosso desafio, manter a qualidade de criação mesmo com a equipe se reunindo apenas online. Outro ponto importante é que nesse período nossa equipe não diminuiu, pelo contrário cresceu. Então isso é motivo de comemoração. Porém, outro aspecto são as apresentações virtuais para o cliente. Não temos o ‘olho no olho’ e isso é muito importante.