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Marcas de moda e beleza investem em ações para a preservação do meio ambiente

Marcas de moda e beleza investem em ações para a preservação do meio ambiente

12 jun 2023

Marcas do setor de moda, luxo e beleza estão tendo cada vez mais iniciativas em prol do meio ambiente. Anúncios recentes comprovam isso, como o da Stella McCartney, Lululemon Athletica e Lojas Renner. Isso sem contar dados da indústria de cosmética.

Uma das marcas mais sustentáveis e cobiçadas do mundo, Stella McCartney – com loja no shopping Cidade Jardim (SP/SP) –, lançou como parte de sua coleção de outono 2023 a sua primeira bolsa feita de bananeiras – material bananatex (fabricado a partir de bananeiras Abacá, cultivadas nas Filipinas, planta ideal para acessórios por sua durabilidade). O material é impermeável, totalmente natural e sem plástico. A grife britânica afirmou que o tecido da bolsa vegana pode ser transformado novamente em polpa e depois em papel, que pode voltar a ser fio.

Stella McCartney cria a primeira bolsa a partir de bananeiras . Crédito: Stella McCartney

Já a Lululemon Athletica, canadense de vestuário esportivo (com e-commerce no Brasil), fez um anúncio de uma iniciativa que contribuirá com o desenvolvimento de tecidos inovadores e sustentáveis para seus produtos: o investimento minoritário na empresa de reciclagem australiana Samsara Eco (Fonte: Fashion Network). Por sua vez, a Samsara Eco criará o primeiro nylon 6,6 e poliéster eternamente reciclados do mundo.

Esse é o primeiro investimento minoritário da Lululemon em uma empresa de reciclagem e a primeira parceria da Samsara Eco na indústria de vestuário. Ambas planejam criar nylon e poliéster reciclados a partir de resíduos de vestuário.

Outra marca que investe forte em sustentabilidade é a Lojas Renner S.A.. No ano passado, os jeans desenvolvidos pelas empresas de vestuário da companhia — Renner, Ashua e Youcom — emitiram 12% menos gases de efeito estufa se comparados com uma peça convencional, o que correspondeu a menos 4 mil toneladas de CO2 emitidas na atmosfera no ano passado. Isso porque foram usados materiais de menor impacto ambiental, como o algodão certificado.

Esse avanço fez com que a companhia usasse, em média, 60% menos água em mais da metade do jeans produzido em 2022 – uma economia de 360 milhões de litros/ano. Hoje, todas as peças em jeans dessas empresas têm algum atributo de sustentabilidade relacionado ao seu processo produtivo.

Além disso, 28% dos jeans vendidos pela Renner, Ashua e Youcom, no ano passado, foram produzidos com uso de energias renováveis de baixo impacto (solar, eólica e de pequenas centrais hidrelétricas).

Com jeans mais sustentável, lojas Renner evita emissão de 4 mil toneladas. Crédito: Divulgação Renner

 

Até 2030, a meta da companhia é que 100% das suas roupas sejam mais sustentáveis, como resultado dos investimentos crescentes em matérias-primas têxteis circulares e regenerativas, redução do consumo de água e transição energética da cadeia de fornecimento. A estratégia de descarbonização do negócio visa atingir a neutralidade climática (net zero) em 2050.

Atualmente, são mais de 660 lojas em operação, envolvendo todos os negócios do ecossistema. Além de estar presente no Brasil, a companhia inaugurou unidades da Renner no Uruguai, a partir de 2017, e na Argentina, em 2019.

Para diminuir a impacto das embalagens

A indústria de cosmética também tem buscado alternativas em prol do meio ambiente. De 2019 para 2022, houve um crescimento de mais de 320% no número de empresas parceiras com iniciativas para diminuir o impacto de suas embalagens, clientes da eureciclo, maior certificadora de logística reversa do país.

Nesse segmento, a eureciclo já compensou mais de 21 mil toneladas de resíduos de embalagens. A comercialização de materiais triados para a reciclagem também cresceu mais de 20 vezes de 2019 até hoje. A diretora de Projetos & Parcerias da eureciclo, Tânia Sassioto, conta que, entre 2020 e 2021, o salto desses materiais foi de 182% e de 2021 para hoje, já houve um crescimento de 20%.

Tendência do varejo

Sustentabilidade está entre as principais preocupações do varejo, segundo o estudo “O delicado equilíbrio do varejo”, da KPMG. Os aspectos ambientais e sociais são cada vez mais importantes para os clientes e as marcas que adotam práticas éticas e responsáveis estão melhor posicionadas no mercado, conforme aponta a pesquisa.

Outro estudo que é mais um exemplo de como consumidores estão mais atentos a produtos, serviços, marcas e empresas sustentáveis, é a edição 2022 da Pesquisa Vida Saudável e Sustentável, realizada pelo Instituto Akatu e Globe Scan, que aponta:  55% dos brasileiros se dizem dispostos a pagar mais por produtos ou marcas mais sustentáveis. No Brasil foram entrevistados mil consumidores. O levantamento foi realizado em 31 países.

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Ainda mais uma pesquisa, dessa vez realizada pela Teads, com apoio da Kantar, divulgada recentemente, confirma essa preferência do consumidor ao mostrar que oito a cada 10 brasileiros buscam o histórico sobre práticas sustentáveis das companhias em que compram produtos ou serviços antes de tomarem uma decisão.

 

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