Férias de inverno aquecem alguns setores do varejo
Vestuário e gastronomia são um dos segmentos que mais movimentam o varejo nessa época
Férias escolares e baixas temperaturas são alguns dos fatores que contribuem para o aquecimento das vendas no varejo, em especial no setor de vestuário e gastronomia. O clima frio impulsiona a procura por itens que proporcionem mais conforto e aconchego, privilegiando a elegância e o estilo.
De acordo com os dados do Estudo do Mercado Potencial de Vestuário, Meias e Acessórios 2023 realizado pelo IEMI Inteligência de Mercado, em 2020, no auge da pandemia, o setor de vestuário teve queda de 22% na produção de roupas de frio em comparação a 2019, que alcançou o patamar de 176,1 milhões de artigos produzidos.
Em 2021 veio a reação e o volume produzido chegou próximo a 212,8 milhões, uma alta de 21%. Já em 2022 houve uma pequena queda, chegando ao montante de 201,4 milhões de roupas confeccionadas e gerando receitas de R$ 8,4 milhões para a indústria nacional. Análises preliminares indicam que, para 2023, há tendência de estabilização na produção de vestuário em geral, representando um volume aproximado de 213 milhões de peças de inverno.
Ainda de acordo com a pesquisa, o período da coleção outono/inverno – entre os meses de abril a agosto – responde por 40% a 41% das vendas do varejo nacional. Mesmo em um cenário de estabilização da indústria, o varejo de vestuário em geral tem mostrado uma retomada perceptível, com estimativas preliminares de aumento de 3,5% no volume de produção de peças, podendo movimentar até R$ 290,8 bilhões. A estabilização na produção de peças é um indicativo de retomada das vendas, que durante o período das férias, tendem a crescer.
Outro fator que conta bastante para o crescimento nas vendas do varejo são as liquidações de inverno. O mercado de moda é organizado em ciclos sazonais e os shoppings, por exemplo, organizam um calendário de liquidações que começa na segunda quinzena de junho e vai, geralmente, até o início de setembro. Muitos lojistas dão foco aos lançamentos logo no início de agosto, após o período de queima de estoque, com modelos para dias mais quentes, já de olho na nova estação.
Entre as dicas para os lojistas aproveitarem o movimento e fidelizar clientes é manter a vitrine atrativa ao público, com peças que conversem entre si e possam propiciar vendas casadas. Xales e outros acessórios ganham destaque na composição junto a casacos, jaquetas e cardigans, por exemplo. Apostar em brindes e sorteios é outra estratégia utilizada para atrair clientes e estimular a compra de novos itens. Um ponto importante é disponibilizar diversos meios de pagamento para não perder vendas, como PIX, crédito, débito, pagamentos com carteiras digitais e cashback, além de cartões proprietários dos estabelecimentos comerciais (private label).
A gastronomia é outra beneficiada pelas férias do meio do ano, com boas perspectivas para 2023. Restaurantes, bares e cafeterias são opções bastante procuradas nesse período, onde as pessoas buscam ambientes aconchegantes, com refeições quentes, além de ambientes mais acolhedores. Novas experiências gastronômicas e cardápios sazonais de inverno são a grande aposta do setor para o crescimento nas vendas.
Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o inverno do ano passado movimentou em torno de R$ 13,7 bilhões em vendas no varejo, um cenário otimista, que deve se manter para a temporada de inverno deste ano.
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