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Cresce a participação de mulheres empreendedoras no Brasil

Cresce a participação de mulheres empreendedoras no Brasil

28 abr 2023

A participação de mulheres empreendedoras no Brasil cresceu 30% entre os anos de 2021 e 2022. Apesar do número positivo, as empresas lideradas por mulheres são menores – 87% delas continuam atuando sozinhas em seus empreendimentos. Os dados são do estudo realizado pelo Sebrae, a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE.

Segundo a coordenadora Nacional de Empreendedorismo Feminino do Sebrae, Renata Malheiros, tradicionalmente o número de microempreendedores individuais ou mulheres que empreendem por conta própria é grande porque as mulheres são sobrecarregadas com relação aos cuidados com a família e os trabalhos domésticos. O levantamento aponta ainda que ao longo de quatro trimestres consecutivos a proporção de mulheres que geram pelo menos um emprego aumentou de forma expressiva, enquanto o percentual de homens empregadores cresceu apenas 8%. O Brasil tem 1,3 milhão de mulheres empregadoras em um universo de 10,3 milhões de donas de negócios, segundo a pesquisa.

“O crescimento do número de mulheres empregadoras traduz a força do empreendedorismo feminino. A gente vem de um contexto de crise econômica, e precisamos dizer que, sim, estamos avançando, que é importante que se empregue mais funcionários, porque isso gera mais rendimento para as pessoas, porém, ainda existem obstáculos importantes para as mulheres empreendedoras. Então, precisamos falar de divisão de tarefas, de creches, para que as mulheres possam de fato se dedicar com todo o seu potencial aos negócios”, ressalta.

Dados do Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME) apontam que apesar de a maioria das mulheres empreendedoras trabalharem sozinhas, quando empregam, tendem a contratar mais mulheres. Sendo que, entre as que empregam ao menos um funcionário, 44% têm um quadro totalmente feminino e 28% contam com uma equipe majoritariamente feminina.

Mulheres em posição de liderança

Ter mulheres na liderança é um dos principais desafios da atualidade e as empresas ainda têm um longo caminho a percorrer. Embora representem cerca de metade da população, as mulheres ocupam apenas 37,4% dos cargos corporativos de liderança. Os dados são da pesquisa “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgada pelo IBGE.

Após uma carreira dedicada a desenvolver negócios para empresas multinacionais, a economista Deise Nicoletto sentiu a necessidade de aplicar a sua experiência para um nicho que gerasse, ao mesmo tempo, sustentabilidade financeira e resolvesse um problema social. Hoje, como CEO e diretora executiva do Impact Hub Brasília, a empresária destaca que a liderança feminina é essencial para estabelecer a igualdade de gênero dentro de uma empresa e, assim, contribuir para a igualdade na sociedade.

“É importante ter mulheres em cargos de liderança para trazermos igualdade no meio que estamos envolvidos, que todo mundo pode ocupar cargos da mesma forma, independentemente de gênero. Trazer o equilíbrio da sensibilidade e do olhar ecossistêmico da mulher. Porque o homem é muito mais racional e a mulher tem essa coisa mais do sistema de entender, envolver. Então esse equilíbrio é muito importante”, explica.

Com o objetivo de fomentar o empreendedorismo feminino, o Congresso Nacional tem trabalhado em projetos de incentivo ao empreendedorismo feminino, voltados a promover o acesso facilitado de mulheres a linhas de crédito, educação financeira, assistência técnica e sistemas diferenciados de garantia. Para a senadora Soraya Thronicke (União-MS), é preciso facilitar cada vez mais abertura do mercado e o empreendedorismo feminino.

“Não é simples para nenhum brasileiro acessar crédito para empreender. Infelizmente, com as mulheres é pior ainda, nós precisamos, sim, voltar nossos olhares para as mulheres, principalmente porque hoje a gente sabe que a maioria dos lares brasileiros tem como arrimo de família uma mulher. Mas muitas não encontram esse campo fácil para poder empreender. Nós precisamos facilitar a vida delas porque a mulher, quando tem as condições, ela prospera”, diz.

Fonte: Brasil 61

Foto de abertura: Freepik