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Brasileiros e latino-americanos têm expectativas próximas no que desejam melhorar em seus países

Brasileiros e latino-americanos têm expectativas próximas no que desejam melhorar em seus países

06 out 2023

Segurança, saúde e educação são os primeiros que aparecem na lista, segundo a pesquisa ‘Consumidor do Amanhã’, da Mosaiclab

Entre as 10 pesquisas inéditas apresentadas na 8ª edição do Latam Retail Show, realizada recentemente, está a “Consumidor do Amanhã – Back to the Future”, da Mosaiclab, que mostra as tendências na América Latina. Alguns dos dados trazem as expectativas de melhoras nos países, cujas respostas dos latino-americanos e brasileiros são muito semelhantes. Despontando em primeiro lugar está a segurança, sendo manifestada por 65% dos latino-americanos e 64% dos brasileiros. A qualidade de saúde vem em segundo, sendo apontada por 60% dos latinos e 62% dos brasileiros; e a seguir está a qualidade educacional, sendo mencionada por 54% dos latinos e 59% dos brasileiros.

Karen Cavalcanti, sócia da Mosaiclab, ressalta alguns países latino-americanos que estão bem próximos ao Brasil nessa questão de segmentos que precisam ser melhorados. Um deles é o Chile, que evidenciou a qualidade de saúde (66%), qualidade educacional (62%) e desenvolvimento social (55%.) A Argentina, que destacou a abertura de negócios (52%) e desenvolvimento econômico (56%), muito semelhantes ao Brasil: 46% e 50% (seguindo a mesma ordem). Além da Colombia, que se iguala ao Brasil no que se refere a mobilidade urbana. Ambas com 49%.

Já no que os latino-americanos consideram ter como características fortes em seus países estão: turismo (51%), gastronomia (50%), tradição (43%), influência cultural (30%) e agricultura avançada (25%).

“Quando comparamos com 2021, o ranking é muito parecido, mas duas porcentagens cresceram: a gastronomia atrativa (era 46% passou para 50%) e a influência cultural (era 27% passou para 30%)”, afirma Karen. “Dentro de influência cultural está exportação cultural, música, moda e futebol, além de ancestralidade. E quando falamos de gastronomia atrativa, é sobre a biodiversidade, miscigenação dos povos latinos e alimentação como aliada ao bem-estar e longevidade”, explica.

Em baixa nos países

A especialista destaca mais três pontos: “Os brasileiros adoram nossas lojas e supermercados. Consideram o comércio atrativo (30%), porém a população reconhece que é difícil realizar negócios no Brasil (11%). Quer dizer aberturas para negócios está lá embaixo, provando que é mesmo difícil fazer negócio no País”.

Já sobre a renda atual comparada há um ano, Chile e Argentina declaram as maiores quedas de renda. Brasil mostra um dos quadros mais positivos.

Com relação aos gastos da população destes países latino-americanos, a pesquisa mostra que a alimentação é o que mais pesa. “Nesse aspecto, vale uma ressalva para os argentinos que apontam para os custos dos impostos (50%) como um dos itens mais pesados (Argentina tem mais de 167 impostos). Enquanto em outras regiões, os impostos ficam em torno de 30% das questões mais preocupantes com relação aos gastos”, exemplifica Karen.

E entre as preocupações da sociedade está o crescimento das doenças emocionais (depressão e estresse), sobretudo no Brasil, onde este item que ocupava o 5º lugar há dois anos passou a ocupar o 3º esse ano. No Chile, o tráfego de drogas, consumo de drogas ilícitas é preocupação em 47% dos entrevistados do país (o Chile tem o maior consumo de drogas entre os jovens da América Latina).

Outro motivo de preocupação que aparece bem evidente entre os latino-americanos e mais forte no Brasil (42%) são os crimes virtuais e insegurança no consumo da internet. Inclusive, cresce a ansiedade digital entre os latino-americanos: 39% têm receio de ciberbullyng; 24% têm medo de perder emprego devido ao crescimento tecnológico; e 23% têm medo da influência da IA na sociedade.

Como está o consumidor hoje

Diante das respostas obtidas na pesquisa, Karen analisa o quanto o consumidor está mais reflexivo, e se pergunta ‘isso é realmente relevante pra mim?’ Também está mais explorador e crítico e compara opções. “O que importa mais para o consumidor é o propósito, muito relevante e existe uma maior infidelidade dele com a marca”, completa a especialista.

Segundo a pesquisa, o consumidor está:

. pesquisando mais antes de comprar — 58% Latam // 64% Brasil

. valorizando locais onde a compra é rápida e fácil — 43% Latam // 45% Brasil

. comprando em locais mais baratos — 52% Latam // 50% Brasil

. e gosta de lojas que oferecem programas de lealdade — 39% Latam // 43% Brasil

“As pessoas questionam também como algumas tecnologias estão sendo aplicadas”, afirma Karen. Segundo ela, hoje o ambiente, social e desenvolvimento sustentável seguem crescendo em relevância no momento de consumo e relação com as marcas. “O ponto de venda ganha destaque nesse movimento, pois ajuda a tangibilizar o conceito de sustentabilidade”.

Outro dado do estudo é sobre países que mais inspiram os latino-americanos, que mais admiram. A resposta foi os países norte-americanos, europeus e orientais – nos primeiros lugares Canadá, Suíça, Estados Unidos, Alemanha e Japão. Os países da região são pouco admirados. No entanto, Brasil, México e Finlândia foram os que mais cresceram em admiração, mesmo que leve.

Foto: Freepik