ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
Aumentam as fusões e aquisições do varejo alimentar

Aumentam as fusões e aquisições do varejo alimentar

25 Maio 2023

Conforme levantamento da assessoria financeira Unio Partners, as transações de fusões e aquisições do varejo alimentar no Brasil aumentaram 30% no ano de 2022, em comparação com 2021. O segmento mostra essa alta há 3 anos, com acumulado de 116% se comparado ao período pré-pandemia. Na verdade, o número de fusões e aquisições, segundo a pesquisa, vem crescendo no varejo alimentar desde 2015 e foram cerca de 65 operações no acumulado até o ano passado.

Entre as marcas do varejo alimentar responsáveis por essas operações estão o Assaí que, em 2021, anunciou a compra de 71 pontos comerciais do Extra Hiper; e os grupos Savegnago e Peralta (do interior de São Paulo), que fizeram um acordo de troca de ativos que envolveu o Shopping Passeio São Carlos e 14 lojas da rede de supermercados Paulistão.

Porém, o que mais tem se destacado é o Carrefour, que com o objetivo de ampliar presença nas regiões Nordeste e Sul e entrar no modelo atacarejo, fez a aquisição do Grupo BIG Brasil, entre 2020 e 2022, por R$ 7,5 bilhões, e das lojas da rede Makro por R$ 1,95 bilhão.

Grupos mineiros também têm destaque nesse sentido. O Mart Minas, fundado em 2001, em Divinópolis (MG), comprou, no ano passado, a rede carioca Dom Atacadista, maior companhia regional do segmento atacado e varejo do Estado. O Mart Minas é 1º lugar no ranking dos supermercados que mais cresceu no ano passado, segundo a Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS. Já a rede de Supermercados BH, em 2021, comprou 14 pontos comerciais de varejo de autosserviço do grupo Supermercados Sales.

Fusões e aquisições também são para pequenos e médios

No primeiro trimestre de 2023, foram realizadas no Brasil 372 fusões e aquisições. Segundo relatório da KPMG, só o Sudeste do País foi responsável por 68,5% desse total, com 255 fusões e aquisições – 43% menos do que o mesmo período de 2022, quando foram registradas 447 transações.

Vale destacar que uma transação de aquisição não é algo restrito ao mundo das grandes corporações, afirma Marcos Andrade, presidente da ABIESV, em artigo que assina na Exame. “Na verdade, pode ser um caminho interessante para o empreendedor que deseja crescer. Com isso, é possível expandir os negócios e o alcance de uma empresa “aproveitando” o que a outra já faz de melhor, ou unir esforços em atividades que as duas exercem de maneira estruturada. Hoje, o fenômeno da concentração de mercado é baixo no varejo brasileiro, apesar de ser um termômetro de maturidade e concorrência de um segmento. Porém, o país não está fora dessa tendência mundial de fusões e aquisições — o que pode trazer escala e profissionalização aos varejistas”, declara Andrade.

Existem vários fundos de investimento (de mais de 30 países) interessados em avaliar uma possível aquisição no varejo brasileiro, são investidores de mais de 30 países. “Atualmente, pequenas e médias companhias podem utilizar esse recurso para alavancarem seus negócios, iniciarem a consolidação de mercados e atraírem talentos que fazem a diferença para as atividades no médio e longo prazo. Para dar esse passo, é preciso entender exatamente o mercado em que a sua companhia está inserida e traçar uma estratégia clara”, completa Andrade em seu artigo.

De acordo com uma pesquisa da RCS Brasil com 250 pequenas e médias empresas de todo o País, 93% dos proprietários ou sócios já aceitam negociar a sua empresa com investidores e, também, não se opõem a participar de uma fusão, mesmo que seja com um concorrente. (Fonte: Administradores)

Conforme o site Fusões & Aquisições, 68,3% dos negócios realizados no Brasil em 2022 não ultrapassaram R$ 50 milhões. As empresas interessadas devem definir a  motivação estratégica, e depois desenvolver o plano de ação que levará à fusão ou aquisição. Trata-se de uma análise preparatória, que deve ser minuciosa, envolvendo aspectos jurídicos, fiscais, financeiros e acionários/societários, além de questões tecnológicas e de recursos humanos.

A estrutura é semelhante em todas as empresas, sejam elas pequenas, médias ou grandes. O porte da companhia vai influenciar, sobretudo, no nível de detalhe e exigência do processo, bem como na abordagem jurídica, conforme o portal da ABC – Associação de Conselheiros do Brasil.

Ao contrário do que muitos empreendedores pensam, essas operações podem ser uma excelente estratégia de expansão de pequenas e médias empresas através do aproveitamento de sinergias e movimentos oportunísticos de ganho de mercado. A fusão entre empresas tem-se mostrado uma alternativa inteligente para a manutenção e o crescimento dos negócios.

Foto de abertura: Imagem de snowing no Freepik