ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
As vantagens dos equipamentos mais versáteis para se adaptar aos formatos durante a pandemia

As vantagens dos equipamentos mais versáteis para se adaptar aos formatos durante a pandemia

30 abr 2021

“A customização é um fator importante para que um projeto arquitetônico e de design de interiores atinja o seu resultado, o de dar personalidade”, diz Suyanne Martins Delfino, administradora, com especialização em Marketing e Branding, Design de Interiores. Membro do Comitê de Visual Merchandising da ABIESV, Suyanne é a entrevistada dessa semana do Portal do Varejo para falar sobre equipamentos customizados e mais versáteis, que se adaptam a vários formatos, e dão a opção de se usar o PDV também como locação, ajudando muito em tempos de pandemia. “Com a dinâmica da economia global, os impactos de diferentes ordens e proporções pelo momento da saúde mundial, o olhar para a diferenciação, através da customização e uso da versatilidade dos equipamentos, tem sido estratégia usada por muitas marcas”, conta a também especialista em Organização, Personal Welcome certificada e sócia-diretora da Retail SMD escritório comercial para o varejo e da BOSSA Design de Interiores e Organização.

Projeto conceitual e de VM: Studio Clara VM; Marca: NXT LVL; Grupo: Iorrane; Equipamento: OLVER por Retail SMD. Crédito:  Vívian Moreira

 

      1.O varejo hoje tem a opção de usar equipamentos customizados e mais versáteis para se adaptar aos formatos. Explique na prática como isso pode ser aplicado e quais as vantagens?

A customização é um fator importante para que um projeto arquitetônico e de design de interiores atinja o seu resultado, o de dar personalidade, através da forma, cores, texturas, materiais, luz, sombra e identidade, que será impressa em uma mensagem subjetiva, por meio do ambiente projetado. Estamos falando, principalmente, de varejo, onde temos que considerar a estratégia comercial, o produto, o público, a operação e o sortimento de SKUs. Tudo alinhando o programa de necessidades das múltiplas disciplinas como o marketing, vendas e visual merchandising, por exemplo.

Com a dinâmica da economia global, os impactos de diferentes ordens e proporções pelo momento da saúde mundial, o olhar para a diferenciação através da customização e uso da versatilidade dos equipamentos, tem sido estratégia usada por muitas marcas. Com isso conseguimos executar projetos com programação de equipamentos modulares e seus acessórios, para ajustar conforme a estratégia de exposição, volume de SKUs, mix de produtos e portfólio sazonais. Além de criar oportunidade de corners, dar destaque a uma coleção cápsula, limitada, assinada, propor um co-branding, shop a shop, e servindo até como espaço e cenário instagramavel para o on-line. E mais: criando versões dentro de um mesmo equipamento, tendo possibilidade de ampliar e compactar se for o caso.

  1. Onde o empresário poderá buscar por estes equipamentos? É necessário ter consultoria em VM e em mais alguma área?

Trabalhar com indústrias especializadas a atender o varejo é a primeira dica. Saber fazer parceria com indústrias referências em cada tipo de equipamento dará o acesso e viabilizará soluções assertivas, pelo investimento em equipamentos, pela expertise de mercado, pesquisas, reposição, inteligência de produzir já antecipando algumas possibilidades de uso futuro. No escritório Retail SMD, represento três marcas de indústrias referências no mercado: em manequins com a Expor, em mobiliário e equipamentos com a Olver e cabides com a Galdo. Isto possibilita apresentar uma entrega e execução de projeto com estes itens todos sincronizados, cartela de cores, encaixes e interações dos produtos, manter uma unidade de projeto pensado.

Hoje, atendemos desde escritórios de retail design, empresa de visual merchandising, profissionais liberais, vitrinistas, gerentes de loja, compradores, consultoria e proprietários, para realizarmos orçamento, e conseguirmos ajustar, seja executando um projeto detalhado, fazendo algumas considerações técnicas e com viabilidade sempre conversadas. Assim, ajudamos a materializar conceitos e ideias, compartilhando nossa visão, por meio de uma elaboração de briefing com referências, conhecendo um pouco da operação do negócio (monomarca, multimarca, franquia, varejo qualificado, atacado, autosserviço …) e, então, conseguimos ajustar uma adequação de equipamento, manequim, cabides com uma loja já existente. Ter definido o budget nos orientará a propor a melhor sugestão para cada situação.

Lógico que o empresário, tendo um projeto que una arquitetura de varejo + marketing + visual merchandising, e todos bem alinhados, é a situação ideal.

  1. O fato de o equipamento ser versátil dá a opção de se usar o PDV também como locação. Como isso funciona?

O PDV que foi projetado, pensado estrategicamente, se utilizou da tecnologia das indústrias para o varejo, com versatilidade de soluções, conseguiu se adequar as diferentes situações e oportunidades, de desmontar uma loja e readequar em um outro espaço, seja maior ou menor, criar parceria com marcas complementares com sinergia de negócios ou de público e estar presente em diferentes PDVs por temporada, dividindo custos, potencializando as oportunidades de venda, sem descaracterizar o espaço. Apenas adequando e formatando o equipamento, surgem oportunidades do varejo de moda, por exemplo, ou em supermercado em uma curta temporada, ou em corredor de outros estabelecimentos, ocupar espaços para teste com baixo custo, conseguindo montar e desmontar com rapidez. Hoje, temos uma demanda de prazo para montagem de loja que impacta na decisão de compra e viabilidade de fechar negócio.

  1. Existem muitos negócios no varejo que fizeram essa opção? A ideia ajuda na pandemia?

Devido ao momento desafiador que vivemos no mundo, alguns negócios sofreram impacto em diferentes escalas e tiveram que repensar e recriar seus negócios. Tivemos operações com oportunidade de negociação de ponto para espaço maior ou menor e quem tinha seu projeto de mobiliários e equipamentos modulares, como sistema de cremalheira, estantes autoportantes, fixação com regulagem de altura, conseguiu uma enorme facilidade de readequar com baixíssimo custo de ajuste. Outros clientes adquiriram apenas novos acessórios para receber um mix novo de produtos para uma ação pontual dentro da loja ou até mesmo em uma outra loja com ação de co-branding. Atendi a um projeto, ainda sigiloso, onde um grande varejista está testando equipamentos adaptados para uma coleção cápsula de linha de produtos, sem que seja preciso fazer uma loja mock-up (loja teste, antes de ser a definitiva) em uma fase inicial. Apenas para definição estratégica de mix de produtos. Outros clientes que resolveram mudar para uma exposição mais limpa, espaçada de corredores, tiveram facilidade de adequar com a reconfiguração de equipamento na loja.

Com a pandemia, foi preciso revisar alguns acabamentos, cores especiais, substituição de materiais, pela ruptura que aconteceu de reabastecimento de alguns itens de matéria-prima, fechamento ou redução de escala de funcionamento no esquema de rodízio, ajustes dos decretos e falta mesmo de alguns itens pelo aumento de consumo. No 2º semestre de 2020 e início de 2021, tivemos aumento de preços por parte e alguns fornecedores. Quase que semanalmente uma nova atualização de preço, que resultou em uma grande pressão por parte dos departamentos de compras e suprimentos.

  1. Trata-se de uma opção que foi adotada primeiro internacionalmente?

A tendência de usar lojas modulares, com versatilidade de equipamento piso, parede e meio de loja, já acontece há bastante tempo. Temos já muitas referências de projetos no mercado internacional e nacional, como: armários ou estantes vazadas em metalon, as cremalheiras embutidas ou invertidas para regulagem de altura e fixação de acessórios, as possibilidade de ter exposição frontal do look montado, da exposição vertical, altura de acesso, tipos de exposições, a interação de produtos, peças encabidadas e superfície para peça dobrada, com o estoque para autoatendimento no salão de vendas, trabalhar a parede com pé direito duplo, podendo ter mezanino ou não, o uso do drywall (parede de gesso), — que não é sugestivo uma sobrecarga neste material para fixação de painel –, os mobiliários soltos, modulares que você pode customizar o layout, possibilita novas versões de exposição, coordenação de arara por etapas da coleção, por estilo e cores.