ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
As inovações que as startups trazem ao varejo

As inovações que as startups trazem ao varejo

09 fev 2023

Mais de 135 startups, 87,5% B2B, estavam expondo esse ano na Retail’s Big Show, da NRF, maior evento de varejo do mundo. “Por meio de um ambiente de inovação promovido por startups, muitas empresas conseguem atingir seus objetivos mais rapidamente e com maior eficiência”, afirma Alessandra Andrade, coordenadora do FAAP Business Hub, uma das palestrantes do evento pós-NRF, da Varejo 180.

Ela abriu a sua apresentação com uma frase de Steve Blank: “Startup é uma organização temporária criada para desenvolver um novo modelo de negócios, repetível e escalável”.

Em seguida, Alessandra listou alguns importantes desafios do varejo que podem ser sanados por startups, entre eles: monitoramento de performances de campanhas de marketing digital e redução de custos com promoções; mapeamento de dados e comportamentos do cliente na loja física; e-commerce personalizado e conectado com a linguagem e comportamento do cliente; otimização de jornada, tokenização e rastreabilidade/certificação dos produtos; setor de prevenção de perdas e check-out simplificado; gerenciamento, otimização e integração de estoques; e last mille rápida, automatizada e rastreável.

“Por isso é importante apoiar o empreendedor a usar cada vez mais a tecnologia para contribuir significativamente para o crescimento econômico global”, completa Alessandra.

Alessandra Andrade, coordenadora do FAAP Business Hub, uma das palestrantes do evento pós-NRF, da Varejo 180

 

Algumas das startups que estão trazendo inovações ao varejo, que estão ajudando as empresas a serem mais eficientes para produzir, vender e entregar os produtos, presentes na NRF (conforme matéria da Época Negócios), foram:

Nuro – startup californiana, fundada em 2016, que criou um pequeno veículo autônomo para entregas – sem motorista e movido por baterias. O carro elétrico chega a 40 quilômetros por hora, tem câmera de 360 graus e sensores ultrassônicos. Os clientes abrem o compartimento em que as compras estão guardadas por meio de uma senha. São clientes da Nuro: Fedex, Eleven e Uber.  A startup já faturou mais de US$ 2,5 bilhões.

Deepbrain – desenvolve réplicas humanas – feitas a partir de gravação com uma pessoa –, que interagem, a partir de inteligência artificial. No caso o varejo pode usar para atendimento ao cliente. A startup fica no Vale do Silício, Seul e Pequim e tem 130 funcionários para atender a mais de 100 clientes, como 7-Eleven e Korea Telecom. A empresa faturou US$ 44 milhões na sua última rodada de investimentos, comandada pelo Banco de Desenvolvimento da Coreia.

ByondXR – iraniana, fundada em 2016, por meio do metaverso, replica lojas físicas no ambiente on-line. Mais do que shopping on-line, oferece uma experiência virtual de engajamento do cliente, com gamificação, experimentação virtual e quiz. A startup oferece plataforma de comércio on-line no metaverso para Target, Coca-Cola e L’Oréal, entre outras. Em 2021, a empresa faturou US$ 2,2 milhões.

Syte — criada em Tel Aviv, Israel, em 2015. É uma plataforma de descoberta de produtos. O cliente faz o upload de uma imagem ou foto de um produto desejado, e a plataforma encontra o item para a compra. A Syte tem 150 funcionários e mais de 100 grandes marcas como clientes, entre elas Mobly e Decathlon. Já faturou US$ 71 milhões.

Varejo investe em inovação

“A NRF de 2022 havia mostrado que o mundo ficou dois anos (da pandemia) investindo na aceleração da digitalização e no e-commerce. Apresentou o metaverso e mostrou que a inovação da loja física havia ficado em segundo plano, apenas aperfeiçoando o que já existia. Já a NRF 2023 mostrou a policrise, a inflação mais persistente, e o investimento do varejo em inovação para melhorar a produtividade e a eficiência”, afirma Gustavo Carrer, Head Of Sales da Inwave, em sua apresentação no evento pós-NRF da Varejo 180.

Segundo o especialista, hoje nas empresas americanas existe uma maior preocupação com o ROI, em colocar rapidamente as tecnologias nas lojas, elevar tráfego, aumentar conversão e eliminar fricção, além de reduzir custos, automatizar tarefas e reduzir perdas. “Enfim obter mais lucros. E é sabido que o melhor para reduzir custos é reduzir perdas”, completa.

Ele acrescenta que o varejo americano reduziu custos, mas com muita preocupação com o pessoal. “Nos EUA vimos muitas compras parceladas e as lojas passaram a cobrar as sacolas, transferindo custos”.

Nas tecnologias avançadas, Carrer citou a Zabka Group, que quer se tornar a maior empresa de lojas autônomas (já tem mais de 50 lojas na Polônia e duas na Alemanha). São PDVs de conveniência que seguem um conceito sem caixa, sem atendente, sem horário de fechamento. O cliente faz sozinho a compra e o pagamento. É uma maneira de entrar no varejo com um baixo custo de manutenção.

No Brasil tem, por exemplo, a rede de supermercados Muffato, que inaugurou uma loja autônoma em Curitiba/PR, a Muffato Go; e a Zaitt, de Presidente Prudente/SP.

Em avanços tecnológicos, Carrer destacou uma tecnologia que identifica produtos e seus códigos de preços, o objetivo é evitar que o consumidor troque o preço dos produtos. Tem, ainda, o carrinho de supermercado inteligente, equipado com tela touch screen, leitor de código de barras e máquina de cartão, que permite ao consumidor fazer todo o processo de check-out e pagamento no próprio carrinho, além de dar sugestões de produtos aos clientes enquanto passam pelas gôndolas.

 

Crédito da foto de abertura: Imagem tirachardz no Freepik