ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
Aos poucos as vendas devem voltar ao normal, conforme estudos de entidades

Aos poucos as vendas devem voltar ao normal, conforme estudos de entidades

23 ago 2021

A Associação do Comércio, o Fecomercio e o IMEI – Inteligência de Mercado mostram previsões para esse ano e 2022

Há uma semana o comércio do Estado de São Paulo voltou a funcionar com 100% de ocupação de clientes, na fase chamada ‘retomada segura’ do plano de combate à pandemia. Na última medida, da primeira quinzena de agosto, o funcionamento estava em 80% da capacidade. Essas novas medidas, segundo o governo, são devido o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a diminuição das internações no estado (informações da Agência Brasil).

Com essas novas medidas, dados do Balanço de Vendas da Associação Comercial de São Paulo — ACSP apontam que as vendas do varejo na cidade de São Paulo estão bem melhores do que as do ano passado: com alta de 43,2% se comparar a primeira quinzena de 2021 com o mesmo período de 2020. Porém, os resultados das vendas ainda estão distantes dos alcançados antes da pandemia, cerca de 22,4%. Segundo previsão da ACSP a situação será normalizada em 2022.

Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo – FecomercioSP, a expectativa de crescimento do varejo este ano é de cerca de 10% (informa matéria Valor Econômico), sobretudo em função da reabertura integral do comércio. Segundo estima a Federação haverá uma maior procura por itens de vestuário e veículos – setores mais impactados no ano passado: em média, os gastos com roupas e calçados caíram 21,5% em 2020 se comparado a 2019, e os gastos com veículos sofreram uma queda de 19%. A tendência para 2021 é que as perdas das vendas desses dois segmentos sejam parcialmente recompostas — vestuário deve passar de 6% a 8,5% dos gastos no varejo.

“Está havendo um crescimento do ramo da moda, mas ainda não chega a ser como em 2019, antes do Covid”, afirma o economista Marcelo Villin, sócio-diretor do IEMI – Inteligência de Mercado. Em uma projeção de seu renomado instituto, Villin diz que o setor de moda vai fechar 2021 com crescimento de 17% sobre 2020, mas apresentará uma queda de 4% com relação a 2019.

Para o especialista, outro fator importante para que o setor de moda no Brasil esteja obtendo bons resultados é termos tido uma estação de inverno com frio. “Assim os varejistas desovam seu estoque e ficam com condições de investir nas coleções primavera/verão, pois calor sempre faz mesmo”.

E segundo a Fecomercio, a menor demanda esse ano será por produtos de higiene, alimentação e material de construção – ao contrário das vendas do ano passado, cujo avanço foi puxado por artigos de reforma e construção, que representaram 7,5% das despesas com varejo, e subiram para 8,7% em 2020, ano em que os gastos com móveis e artigos do lar cresceram 4,5%. As pessoas estavam em casa e investiram mais em reformas e móveis.

E itens de supermercados, que representam 38% dos gastos no varejo e esse ano devem chegar a 30%. Villin faz observações referentes a esse setor: “Atualmente, com as pessoas voltando ao trabalho, e indo almoçar em restaurantes, o setor de supermercado ficou abaixo da rentabilidade. Também temos o fato de que devem prosperar as lojas de supermercados que estão dentro dos condomínios”.

Imagem de abertura: Pixabay