ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
A Loja Física vai acabar? Baseado em ‘fatos reais’: não vai não….

A Loja Física vai acabar? Baseado em ‘fatos reais’: não vai não….

02 jul 2021

Na última semana foram várias as notícias de abertura de novas lojas anunciadas por grandes redes de varejo. Então, aquela dúvida sobre: com o avanço das vendas no e-commerce, o que acontecerá com o ponto-de-venda? Pelas informações, sobretudo, as últimas que circularam na imprensa, tudo indica que o PDV continuará firme e forte. Inclusive, isso já vem sendo dito exaustivamente pelos especialistas em varejo da ABIESV. “A loja física é necessária, pois é nela que as pessoas vivenciam experiências e onde se gera valor para a marca”, diz Juliana Neves, vice-presidente da ABIESV, e sócia-proprietária da Kube Arquitetura.  “Para criar a confiança e trazer a proximidade da marca ao cliente, nada melhor do que a loja física”, acrescenta Marcos Andrade, presidente da ABIESV, e CEO da Expor Manequins.

De fato, grandes redes mostram isso na prática. A Magazine Luiza anunciou, há poucos dias, que vai abrir pelo menos 50 lojas no Estado do Rio de Janeiro ainda em 2021, gerando 3.000 empregos. A empresa já tem outras 1.113 unidades, em 819 cidades brasileiras. “A loja física é muito importante para eles, porque percebem que onde tem PDV tem o dobro do market share no comércio eletrônico. Uma pesquisa do mercado do Reino Unido já aponta que quando se tem uma loja física, as vendas online crescem 5 vezes em seis meses”, conta Marcos Andrade.

Mas não precisa ter a potência de uma Magazine Luiza para confirmar que a loja física continuará firme:  Decathlon, varejista de artigos esportivos, acaba de abrir a sua 42ª loja no país. Localizada no Continente Shopping, em São José (SC), a unidade possui área total de 2.854 m², com 1.841 m² de área de vendas. O mix contempla 7 mil produtos.

Outra notícia divulgada na semana é que o Santana Parque Shopping, na capital de São Paulo, anuncia a ampliação do seu mix de lojas, no segundo semestre, com três novas operações de varejo: a rede de franquias Cacau Show vai abrir uma Mega Store no terceiro piso, com 208 m² de área; a rede Preçolândia, com produtos para o lar, vai inaugurar um espaço de 505 m², no segundo pavimento; e uma nova loja Sampraia, com peças e acessórios para praia e piscina, abrirá no primeiro piso.

Todas essas notícias foram anunciadas nos últimos 7 dias, além da rede de produtos para casa e construção Lojas Quero-Quero, que recentemente abriu 21 unidades e está inaugurando mais 6 em junho em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná.  Atualmente, o empreendimento tem 421 unidades nos três Estados do Sul.

Em formato de Atacavarejo também tem novidades. O Grupo BIG acaba de chegar a Assis, no interior paulista com a abertura da primeira loja do Maxxi Atacado na cidade, que emprega 130 pessoas, oferece sortimento composto por mais de sete mil itens incluindo alimentos, produtos de higiene e limpeza e perecíveis, que atendem às necessidades tanto do consumidor como a dos comerciantes da região, com uma área de vendas de mais de 4 mil m2.

Seguindo o cronograma de inaugurações, o Grupo Mateus abriu, no final de junho, o Mix Atacarejo e o Eletro Mateus da Mario Covas, em Ananindeua (PA). Agora são 62 lojas no Pará. Os empreendimentos vão gerar mais de 300 vagas de trabalho e juntas, as duas lojas, somam mais de 20.000m² de área construída.

Veja vídeo com fala do Presidente da ABIESV sobre Marketing Place e a atual Loja Física:

Retomada do varejo físico

Mas a luz não brilhou para todos no período da pandemia, o varejo físico sofreu avassaladoramente, sobretudo os pequenos e médios, com o fechamento de mais de 75 mil lojas no Brasil em 2020, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Muito afetado por mais de um ano, o varejo físico recentemente começou a mostrar sua retomada, tendo como ponto de partida o Dia das Mães. A data registrou um aumento de 6% nas vendas, se comparada ao mesmo período do ano passado, conforme dados do Indicador Serasa Experian de Atividades do Comércio.

E houve também aqueles pequenos e médios que, neste último ano, dependendo do segmento, se deram bem, caso tenham conseguido dar um salto tecnológico, criado logística e se reinventado. Podendo ter apresentado até um avanço, lucrando mais na pandemia. Entre eles estão os mercadinhos de vizinhança. Isto está demonstrado nos resultados da consultoria Nielsen, que visita, mensalmente, mais de 1 milhão de estabelecimentos do varejo que comercializam alimentosbebidas e produtos de higiene, limpeza no País. No 1º trimestre deste ano, as vendas dos supermercados de bairro, que não pertencem a grandes redes varejistas, cresceram 21,2% em valor e 9,4% em volume se comparado ao mesmo período de 2020, quando praticamente não havia pandemia.

O Sincovaga – Sindicato do comércio de varejista, informou: 79% dessas pequenas lojas estão investindo em redes sociais e 28% criaram áreas físicas destinadas a vendas não presenciais.

Mas mesmo quem não era dessa área de supermercados e nem de farmácias, setores favorecidos em termos de vendas na pandemia, também tiveram que se reinventar, e após atravessar vários desafios, tivemos exemplo de que alguns conseguiram. Leia reportagens:

. http://portaldovarejo.com.br/rede-de-lojas-cria-uma-das-primeiras-plataformas-de-crediario-online-de-sergipe-e-mantem-as-vendas-em-alta-na-pandemia/

. http://portaldovarejo.com.br/redes-de-lojas-se-tornam-referencia-no-interior-de-minas-por-suas-estrategias-de-vendas-na-pandemia/

Foto de abertura: Pixabay