ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
Um visionário que virou tubarão

Um visionário que virou tubarão

20 Maio 2022

O Portal do Varejo apresenta entrevista exclusiva com João Appolinário sobre lojas físicas, a aceleração do digital, a omnicanalidade e o consumidor de hoje

João Appolinário, CEO e fundador da Polishop, empresa varejista omnichannel brasileira, é também um dos chamados ‘tubarões’ do programa Shark Tank Brasil, exibido pelo canal Sony, onde os empreendedores apresentam seu negócio para grandes investidores anjos. Nesses anos de programa, Appolinário já investiu em dezenas de empresas e algumas alavancaram seus negócios, como mostrado em recentes lives no instagram @joaoappolinario.

Há mais de duas décadas, Appolinário começou a construir o império chamado Polishop, que tem 261 lojas físicas, 99% delas em shoppings. Na pandemia, enquanto a maioria do varejo acelerou a transformação digital ou faliu, a Polishop continuou firme pois a aposta no digital já é antiga. Mas, a marca, também, tem há anos como alicerce a loja física. Sempre incentivou os consumidores a retirarem os produtos na loja física por causa da experimentação e do upselling [técnica comercial em que o vendedor incentiva o cliente a levar um produto superior ao que ele procura].

Eu sempre acreditei no potencial das lojas físicas, que são o canal da experimentação“, diz Appolinário

E vai além: na Polishop (que surgiu digitalmente em 1999 e criou um canal próprio de televisão), o conceito omnichannel faz parte da estratégia desde 2003. E hoje, décadas depois, o varejo se movimenta por este caminho.

Entretanto, nada disso valeria se a marca não tivesse essa força de marketing. O visionário Appolinário em entrevista já disse: “Vendemos produtos que se tornam categorias”. Em destaque as famosas fritadeiras elétricas AirFryer, da Philips Walita, e o George Foreman Grill.

Varejo pós-pandemia: o que mudou no comportamento do consumidor?

J.A. O varejo já vinha dando sinais de mudança, principalmente no que diz respeito a transformação digital e como os clientes se comportam durante a jornada de compra. Com a pandemia veio a necessidade da aceleração do digital – aumentou a digitalização das empresas e, também, das pessoas. Com esse fenômeno, o consumidor ficou bem mais aberto para o que o digital oferece, e hoje ele tem mais confiança de transitar nesse canal de vendas.

As lojas físicas precisam apresentar novas experiências para seus clientes. A Polishop traz algo novo neste sentido?

J.A. Sim, eu sempre acreditei no potencial das lojas físicas, que são o canal da experimentação. Ao pesquisar um produto pela internet, o cliente pode ter mais confiança de fechar a compra no ponto físico. Por isso, temos que estar sempre de olho nas tendências para inovar, fazendo com que o consumidor tenha cada vez mais uma experiência melhor na hora da compra. E na Polishop, nós fazemos isso desde as nossas primeiras lojas, inauguradas em 2003: todos os nossos produtos funcionando e prontos para serem experimentados e testados.

E ainda sobre essas experiências, acredita que o varejo brasileiro está tendo boas ideias, traçando um bom caminho?

J.A. Sim, acredito, pois muitas empresas já perceberam como é importante oferecer uma boa experiência para o cliente nos canais de venda.

A omnicanalidade é um caminho sem volta. O varejo brasileiro está preparado mesmo para isso?

J.A. Eu sempre acreditei no modelo omnichannel e a Polishop já nasceu com esse modelo. Hoje, vejo que cada vez mais as empresas estão se preocupando com essa estratégia, que já faz parte do varejo brasileiro.

A Polishop saiu na frente oferecendo experiência omnicanal. Conte hoje como estão os avanços neste sentido?

J.A. Em 1999, a Polishop já nascia omnichannel e, desde o início da nossa atuação, sempre tivemos como foco ser uma empresa ominichanel e ter uma única oferta para nossos consumidores, independentemente do canal que ele resolva consumir.

 

Foto: Renato Pizzutto