ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
Sustentabilidade é responsabilidade de todos.  O que o varejo pode fazer?

Sustentabilidade é responsabilidade de todos. O que o varejo pode fazer?

13 ago 2021

A Amaro, do segmento de moda e beleza, anunciou há poucos dias que vai neutralizar toda a sua emissão de CO2

“Estamos fazendo de tudo para mudar o futuro do varejo e do planeta” – diz a comunicação da companhia

A sustentabilidade é um assunto que ganha destaque como oportunidade aos negócios do varejo. Mas traz desafios. O primeiro deles é compreender o que de fato é ser sustentável? O Blog do empresário Rubens Menin, na Infomoney, explica bem: “Ser uma empresa sustentável é muito mais do que plantar árvores, cuidar do verde e obedecer à normas ambientais. Empresa sustentável é aquela concebida, ajustada e gerida para que seja perene, para que colabore com o desenvolvimento da sociedade em que está inserida e para que deixe uma contribuição positiva no progresso da humanidade”.

Após a pandemia, os consumidores e investidores estão cada vez mais exigindo essa conduta dos empresários e os que não se preocuparem podem ser discriminados. O fato é que há uma intensificação do consumo consciente e o varejo deve fazer algo nos pilares: ambiental, social e econômico. Mas os pequenos varejistas o que podem fazer? Algumas sugestões práticas como:

. ações que levem a uma economia de transporte e redução da geração de poluentes;

. apoiar negócios locais;

. substituir por equipamentos que consumam menos energia e menos água — requer investimentos iniciais, mas que representarão futuras reduções de custo;

. usar equipamentos de escritório, feitos de materiais reciclados e reutilizar com certificações;

. usar embalagens recicláveis, além de reduzir o seu uso;

. e divulgar as iniciativas de modo a estimular mais ações similares e conquistar a confiança dos consumidores.

E aos que querem saber mais, a Amaro, que se adiantou na corrida e há poucos dias anunciou que, ainda em 2021, vai neutralizar toda sua emissão de CO2, estimada em 15 mil toneladas anuais, tem no seu portal https://amaro.com/br/pt/sustentabilidade um Manual onde compartilha alguns de seus aprendizados para empresas que querem se tornar ambientalmente responsáveis.

A companhia, que atua nos segmentos de moda, beleza e decoração, com maior foco no e-commerce e sede em SP, quer se tornar carbono negativo e comprou créditos para compensar a emissão de 30 mil toneladas, contratando 100% a mais em créditos de carbono, que são para apoiar o Projeto Fortaleza Ituxi (de Proteção a floresta do município de Lábrea/AM) e o projeto de coleta de biogás em aterros sanitários ligados à Biofílica. Segundo a companhia, esse é só o começo, essa iniciativa continuará nos próximos anos.

O processo para se dar esse passo largo, conforme conta a empresa, começou há dois anos, após questionamentos da própria equipe, em sua maioria profissionais da geração Z (com no máximo 25 anos de idade).  A primeira ação foi a criação de um comitê com oito profissionais, sete deles mulheres; e a contratação da consultoria Go Green Solutions, que calculou o carbono anual, desde a chegada da matéria-prima, como o algodão, até as viagens de carros de aplicativo. Assim se descobriu o total de 15 mil toneladas por ano.

Conforme explica Dominique Oliver, presidente da Amaro:

. 80% de todas as emissões vêm das matérias-primas

. 11% do transporte das matérias-primas

. 6% da manufatura

. 2% da entrega aos consumidores

. e 1% do armazenamento

. 5% do corporativo, assim como as lojas físicas da companhia e as entregas

No caso das entregas, atualmente 8% são feitas de bicicleta e a empresa pretende aumentar essa porcentagem.  E até 2022, a meta é reduzir em 10% a pegada de carbono. Um ano depois, usar 100% de plástico reciclável em embalagens e, em cinco anos, a ideia é que 50% das suas coleções utilizem matérias-primas sustentáveis. Para divulgar que se tornou a “primeira empresa de consumo brasileira 100% carbono negativo”, a Amaro apresenta uma campanha intitulada “Amaro além do neutro”.

Quem pode fazer a diferença — Uma pesquisa recente, realizada pela GfK, em parceria com a Kantar e a Euro Panel, denominada “Preocupações com Sustentabilidade de Ações” (publicada no portal Consumidor Moderno), feita com consumidores de 10 países europeus, no final de 2020, mostra (conforme ilustração) quem os consumidores responsabilizam por influenciar positivamente os impactos ambientais: 40% as fábricas, 35% o Governo, 20% os consumidores e 5% o varejo.

Pesquisa feita pela GfK com consumidores em dez países europeus no final de 2020/Fonte: GfK

Conforme o estudo, para traçar a estratégia, o varejo precisa saber e analisar como e de quais categorias o consumidor mais espera medidas amplas, averiguar quais os potenciais e expectativas para cada categoria, e segmento do varejo, entendendo a relação de suas marcas com seus consumidores no contexto da sustentabilidade ambiental. Além de comunicar suas ações ao consumidor. O estudo reforça: “Criar confiança tem prioridade máxima”.

Está na hora de todos fazerem a sua parte!

Foto da abertura: Gerd Altman, Pixabay