ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
Setor farmacêutico segue em alta

Setor farmacêutico segue em alta

04 nov 2021
  • Essa semana RaiaDrogasil anunciou que prevê abrir 260 unidades em 2022
  • O setor farmacêutico deve ultrapassar o faturamento esse ano de R$ 103,2 bilhões, com a venda de 7 bilhões de unidades

Com a pandemia iniciada no ano passado, agravando a crise na economia brasileira, um setor que está na contramão, aumentando as suas vendas é o farmacêutico, que deve ultrapassar o faturamento esse ano de R$ 103,2 bilhões, com a venda de 7 bilhões de unidades. Um aumento de 10,8% se comparado a 2020, quando atingiu a marca de R$ 93,1 bilhões. E, em cinco anos, a previsão é que o setor chegue e um faturamento de R$ 158,6 bilhões. Esses números são baseados em estudo da Close-Up Internacional, empresa de conteúdo e serviços para a indústria farmacêutica.

Baseado nesse cenário, não é de se estranhar que a líder do setor, a RaiaDrogasil (RD), que encerrou o segundo trimestre com 2.374 lojas, tenha anunciado essa semana que prevê 260 inaugurações de unidades no ano que vem. A Companhia lidera São Paulo, com 25,9% do mercado. Já no centro-oeste tem 16,9% e em todas as demais regiões possui menos de 10% da fatia.

Os dirigentes anunciam que a expansão nos próximos anos aumentará a participação, entre outras regiões, no interior do Norte e do Nordeste, e nos estados do Amapá e Rondônia. No primeiro semestre desse ano, a RaiaDrogasil faturou R$ 12,2 bilhões, 21% acima do mesmo período de 2019.

Em função da maré a favor do setor farmacêutico, o Centro Brasileiro de Cursos (Cebrac), com 90 unidades no País, percebeu que a procura pelo curso de Atendente de Farmácia, só em 2020, aumentou em 40%, sendo que mais de 1000 pessoas foram empregadas no setor farmacêutico.

O crescimento do merchandising

“Há um tempo a farmácia é onde o consumidor faz diversas compras, além de remédios, incluindo produtos de bem-estar e de beleza, e o negócio cresce muito, com marcas se unindo, como a própria Drogasil e Raia e as drogarias São Paulo e Pacheco. Esse movimento aumenta a atenção e o cuidado com o merchandising do negócio, que tem se fortalecido e evoluído”, analisa Sonia Paloschi, diretora de VM da ABIESV e que também está à frente da Purchase Comunicação.

Segundo a especialista, a nova visão desse negócio é interessante, pois antes as pessoas iam na farmácia apenas pensando em doença e hoje elas encontram produtos que elevam a sua autoestima, e compram no local como se tivessem em um magazine.

Sonia conta que hoje a criação de um projeto para a farmácia envolve uma série de aspectos: o uso das cores ideais, a melhor disposição de cada segmento de produtos, o espaço para que o idoso e uma pessoa que esteja doente possam ser atendidos de forma mais confortável, entre outros. Também importante criar estratégias para o giro dos produtos e a comunicação das promoções. “Tudo isso de maneira a atrair o consumidor a circular mais pelos corredores e a fazer compras, até por impulso, como se estivesse em uma perfumaria”, completa.

A profissional também explica que as técnicas de Visual Merchandising são as mesmas de qualquer outro segmento do varejo, tendo que atender algumas regras básicas e trabalhar a comunicação visual e a marca adequadamente. “O importante é fazer o merchandising, ou seja, o produto sendo exposto de maneira correta, com acesso fácil ao cliente e com a intenção de que ele leve outros itens além dos que foi buscar”. Sonia ressalta, ainda, que nesse trabalho tem que levar em consideração que a farmácia tem autosserviço e que o atendente pode até ajudar se precisar, mas não é o que prevalece. “De qualquer forma, o VM tem grande importância e será ainda mais desenvolvido nessa área”, conclui.

Os produtos da farmácia hoje

Rosely Kawahara, sócia-diretora do conceituado escritório de arquitetura de negócios Kawahara & Takano Retailing conta que na criação do novo conceito da Farmácia Vale Verde, em 2016, o objetivo era obter crescimento do ticket médio, aumentando o portfólio de beleza e bem-estar. “A loja inaugurou e no 1º mês já era o maior faturamento da Rede. Incluímos no portfólio: higiene, cuidados, dermocosméticos, serviços de vacina, tratamento para tabagismo e dieta, entre outros. Deu muito resultado para eles”, conta Rosely.

Entre os itens que a farmácia hoje pode oferecer em suas gôndolas estão: cosméticos, de higiene pessoal e perfumes, alimentos para fins especiais, produtos para saúde que possam ser utilizados por leigos, plantas medicinais e drogas vegetais, além dos tradicionais medicamentos – segundo as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Também tem como Lei que a farmácia não é mero estabelecimento comercial, e sim uma unidade de prestação de serviços de interesse à saúde, destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva.

Foto de abertura: Divulgação RaiaDrogasil