ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
Principal desejo de consumo dos latino-americanos, pós-pandemia, é viajar pelo seu País, mostra pesquisa

Principal desejo de consumo dos latino-americanos, pós-pandemia, é viajar pelo seu País, mostra pesquisa

19 set 2021

A Pesquisa ‘Sociedade 5.0 Tendencias de Comportamento e Impactos no Futuro do Consumo’, apresentada no Painel Impactos do Consumo na Sociedade 5.0., do Latam Retail Show, mostrou a percepção de 4.930 consumidores latino-americanos sobre expectativas futuras, impactos na sociedade e negócios e tendências sobre consumo e comportamento em 14 países: Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Peru, Uruguai, Paraguai, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá e Venezuela.

O estudo mostrou que as pessoas estão bem otimistas: “O Futuro será melhor que hoje e a renda irá aumentar”, assim foram as respostas de todas as classes sociais dos países, conta Karen Cavalcanti, Sócia-diretora da Mosaiclab, unidade da Gouvêa Ecosystem, especializada em Arket Intelligence, que apresentou os dados.  E como maior desejo de consumo, o estudo aponta para a viagem nacional, em seguida itens como calçados, artigos de decoração. Todos esses com potencial crescimento de vendas pós-pandemia.

As mudanças no consumo ressaltadas pela pesquisa, basicamente, foram: repensar as embalagens de forma que sejam favoráveis ao meio ambiente; desejos por estar em ambientes com mais verde, plantas e natureza; aumento da produção de hortas verticais e a vontade de continuar home office. “Podemos unir isso e dizer que estamos na direção do capitalismo sustentável”, acredita Karen.

Outro aspecto apresentado no estudo foi com relação a avaliações que as pessoas fizeram de seus países. Na média foram avaliadas positivamente áreas como agricultura, comércio, gastronomia e turismo, entre outras. “Inclusive o Brasil enxerga a sua agricultura muito avançada”, ressalta Karen. “Porém nossa sociedade não é instigada a pensar a longo prazo, pois avalia como menor impacto a tecnologia de ponta e a mobilidade urbana, por exemplo”. Uma das barreiras, segundo a especialista, ainda é a internet com bandas baixas, que impossibilitam as pessoas de fazerem um curso, por exemplo.

“Na pesquisa, os consumidores priorizam marcas ligadas a sustentabilidade como importantes ao desenvolvimento. Porém, também é necessário desenvolver a tecnologia. Temos que ultrapassar essas barreiras e desenvolver potencial educacional tecnológico. A Sociedade 5.0 visa melhorar a vida das pessoas por meio da tecnologia”, enaltece a palestrante.

Por outro lado, Karen também conta que a pesquisa mostrou estar em alta especialmente no Brasil o PIX, que foi um dos destaques de atratividade. E entre os medos da sociedade latino-americana estão a crise econômica e o custo de vida.

Entre os países que os latino-americanos admiram estão Canadá, Suíça e Japão. No entanto, os países que eles querem fazer alianças são outros: EUA, Japão e China.

Consumidor X Marcas

Juliano Ohta, CEO da Telhanorte Tumelero, que palestrou no painel, disse que a pandemia foi catalisadora de várias coisas, inclusive da sociedade 5.0 e “o consumidor está ligando menos para as marcas. Estão indiferentes caso elas desapareçam. Confiam mais nos colegas do que nas marcas e no poder das influências das mídias socais”. E acrescenta: “os clientes com maior poder aquisitivo estão cada vez menos fiéis as marcas”.

Segundo Ohta, agora, os consumidores esperam muito mais das empresas. “E a reputação é construída através de questões como: impacto que a empresa causa na sociedade, diversidade e inclusão, ações de sustentabilidade e posicionamentos sobre temas expressivos. Esses são aspectos mais relevantes para 57% dos consumidores, mais ainda do que o próprio produto ou serviço, que representa 43%”.

Também ressalta o executivo que as pessoas estão muito mais preocupadas com suas situações financeiras e de olho nos preços. “A casa se tornou o centro de tudo, isso traz novos produtos demandados pelo cliente. Também buscam super conveniência, potencializada pelo digital”, conta Ohta.

O executivo diz que é preciso olhar a jornada completa do cliente. “Nós o acompanhamos não só quando ele vai comprar na Telhanorte, mas desde antes quando aquele cliente se casou e a sua trajetória. Isso é fundamental para poder se comunicar com ele e lhe oferecer o melhor”. Otha ressalta o quanto é importante capturar o máximo de dados dos clientes para personalizar essa relação e enaltece a loja física: “hoje tem importância fundamental, oferece experiências e soluções de problemas. A loja tem esse papel, que aproxima o cliente”.

Imagem: Gerd Altmann, por Pixabay