ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO

Por Felipe Magrini – As Particularidades da Construção de Lojas em Shopping Centers

21 jun 2016

Especializar-se na construção de lojas em shopping centers significa respeitar o próprio ritmo desse grande centro comercial – um conjunto que tem movimento fervilhante de segunda a domingo, geralmente das 10h às 22h, e não pode permitir que uma obra imponha qualquer transtorno a seus milhares de frequentadores diários.

Por isso, a execução de uma obra em lojas de diferentes tamanhos quase sempre tem de ser feita quando a cidade dorme: sim, de madrugada. Shoppings em funcionamento só permitem trabalhos de construção ou reforma no período das 22h às 8h da manhã (com raras exceções).

Essa regra – feita para preservar os clientes dos ruídos, sujeiras e movimentação de uma obra em andamento – representa um desafio para a empresa responsável pela obra. Por diversos fatores.

Em primeiro lugar, é necessário haver um controle de logística muito preciso, seja na entrega e na quantidade dos materiais, seja na disponibilidade das ferramentas necessárias. Se faltar tinta no meio da madrugada, por exemplo, as chances de encontrar um estabelecimento aberto para comprar o que falta são remotas. E perder uma noite de trabalho é um problema grave quando se trata de um cronograma enxuto como o de abertura de uma loja de shopping.

O custo da mão de obra para trabalhos nesse período também é maior, e a empresa responsável pela execução e gerenciamento do trabalho deve estar atenta a isso no momento de elaborar o orçamento.

Em alguns casos muito específicos, a administração do shopping libera a execução da obra durante o dia. O que não significa que o trabalho fique mais fácil. Os frequentadores não podem perceber nenhum barulho, odor estranho ou sujeira proveniente da obra. Por isso, predomina a “lei do silêncio” entre a equipe de profissionais envolvidos. Nada de conversa, só se fala o estritamente indispensável para o andamento dos trabalhos. Há um tapume bloqueando a visão do interior da loja, a porta é trancada, e a equipe é orientada a não circular pelo shopping com trajes sujos.

É necessário instalar avisos e tapetes especiais nesses casos, além de manter um profissional especialmente certificando de que todas as normas estão sendo cumpridas.
Geralmente, quando é inevitável ter de estender o trabalho ao horário de funcionamento do shopping, dá-se preferência à execução de serviços de pintura – não há marteladas, nem furadeiras, nem uso de outras ferramentas que provoquem ruídos. A opção por tinta à base d’água, além de ser mais ecológica, elimina o odor forte associado às tintas à base de solventes.

MATERIAIS “PADRÃO SHOPPING”
A empresa responsável pela obra também deve ter a flexibilidade de contar com parceiros especialistas no trabalho com tipos diferenciados de materiais. Isso porque, por motivos que vão da segurança à adequação ao perfil compartimentado de um shopping center, as lojas são construídas com materiais específicos. É o caso do drywall.
As paredes feitas com drywall são mais estreitas que as montadas com tijolos, proporcionando um ganho de área útil. Além disso, esse material oferece um isolamento acústico mais eficiente – o que é muito importante no caso de separar lojas que mantêm música tocando ao longo do dia. Também permite reparo e manutenção mais fáceis e rápidos. Além de serem mais leves, o que é importantíssimo num ambiente com centenas de lojas.

Os responsáveis pela obra também devem saber trabalhar bem com materiais que evitem a propagação de um incêndio. Como no caso dos pisos vinílicos, que têm resistência antichamas. E, quanto à instalação da rede de sprinkler (aqueles “chuveirinhos” que esguicham água caso ocorra fogo na loja, embora hoje haja tipos mais modernos embutidos no forro), a administração do shopping exige que a empresa faça testes antes da entrega da loja, para certificar-se de que a pressurização da rede está correta – e que, portanto, seus clientes estarão seguros.

QUEM MANDA É O PRAZO
Outro grande desafio na execução desse tipo de obra é certamente o prazo. E essa é uma das grandes vantagens de quem contrata uma gerenciadora de obras em vez de apostar suas fichas no trabalho de um empreiteiro. Quando se trata de loja em shopping, o cronograma é rígido, inflexível, e qualquer atraso implica grandes transtornos não apenas para o lojista, mas também para o próprio shopping.

Por exemplo, caso se trate de um shopping que vai ser inaugurado numa determinada data, a administração não quer, de jeito nenhum, que na abertura ainda haja lojas fechadas com tapumes. Isso vai contra toda a imagem de sofisticação e beleza que o shopping almeja transmitir. Por isso, o shopping elabora um contrato com a marca dona da loja que prevê multas severas por dia de atraso na abertura.

Mas, para o lojista, as inconveniências de um atraso na obra vão muito além do pagamento da multa. Afinal, ele faz todo um planejamento e uma preparação voltados para o dia marcado. A sua equipe está programada para começar naquele dia, é possível que o mailing list de clientes da marca já tenha sido comunicado da data inicialmente prevista – pode ser até que haja uma festa de inauguração, com fornecedores, bebidas e petiscos contratados.

E o pior: cada dia em que a loja permanece fechada é um dia em que a loja não fatura. E isso pode ser fatal para o planejamento financeiro da marca.

Por tudo isso, o cronograma tem de ser seguido à risca desde o “dia 1” – para não haver um estrangulamento de diversos trabalhos na fase final das obras. O planejamento de cada etapa, ainda antes do início da obra, é fundamental e fará toda a diferença no cumprimento do prazo – e na qualidade do serviço prestado. Geralmente, uma obra de shopping é executada num período que gira entre 30 e 40 dias. Dentro desse tempo enxuto, a construtora precisa: começar e terminar a demolição; fazer toda a estrutura metálica (mezanino) da loja; instalar a infraestrutura de elétrica, ar-condicionado, rede de sprinkler e detectores; instalar as luminárias; o CFTV; o que houver de informática agregada à estrutura; realizar todos os serviços de engenharia civil, de gesso, de pintura, de marcenaria, e, finalmente, a montagem final da loja, com sua identificação visual.

Para que tudo isso seja realizado e concluído em cerca de um mês, é preciso um controle rígido sobre cada etapa, ter um trabalho focado na produtividade e, sempre, contar com uma equipe motivada e, sobretudo, comprometida com o prazo do cliente.

Uma gerenciadora de obras deve, ainda, ter uma visão de trabalho atenta a possíveis obstáculos no meio do caminho. Como, por exemplo, ter uma rede de parceiros que possibilite a substituição imediata de um profissional que fique doente ao longo do processo – sem comprometer o padrão de qualidade que o dono da loja tanto merece.

Gerenciar e executar obras de lojas em shopping é imensamente gratificante por uma série de motivos. Você sente que uma parcela do sucesso daquela marca tem um dedo da sua empresa, além do orgulho de ser convidada a transformar projetos em realidade no ambiente vip de um shopping center. Mas, para que essa sensação de trabalho bem feito seja 100%, é necessário encarar os desafios inerentes com expertise e comprometimento. Sabendo jogar sob as regras do shopping, que visam, acima de tudo, ao bem-estar, ao conforto e à satisfação do consumidor brasileiro.

Felipe Magrini – arquiteto, diretor de obras e orçamentos da FAST GERENCIADORA e CONSTRUTORA.

SOBRE A FAST
Fundada em 2010 em São Paulo, a FAST GERENCIADORA e CONSTRUTORA é especializada na construção de lojas de shopping centers e outras obras rápidas.
A empresa tem como clientes grandes marcas presentes nos maiores e mais sofisticados centros comerciais do País, como Nike, Lacoste, Lupo, Boticário, Kopenhagen, Havaianas, Hering, Diesel, Vivara, Cecília Dale, Oi, Saraiva e Arezzo, entre outras.

A FAST é dirigida pelo arquiteto Felipe Magrini, diretor de obras e orçamentos, e pelo designer de interiores Fabio Eid, também diretor de obras e orçamentos.
A empresa está localizada no bairro da Vila Leopoldina, em São Paulo.

Contatos: (11) 3034-3210 e contato@fastgerenciadora.com.br
www.fastgerenciadora.com.br