ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO

Pílula 23

21 jun 2016

Tiago Sanchez, que é diretor para a América Latina da MicroStrategy 

Dentro do atual cenário do varejo, contextualize a importância da Inteligência analítica?

Não é novidade que o varejo, nos últimos dez anos usufruindo de um cenário de crescimento contínuo, passa hoje por um momento bastante desfavorável. No entanto, estar em crise não significa ficar parado. É preciso preparar-se para superar os desafios que os momentos mais difíceis apresentam.  Pesquisas recentes mostram que as empresas que injetam big data e analytics em suas operações apresentam taxas de produtividade e rentabilidade 5% a 6% maiores que seus pares que não fazem o mesmo. É isso que define sua sobrevivência e que as torna mais eficientes ou determina seu sucesso nos negócios. O BI, o big data e o analytics, como queiram chamar, podem ser aplicados e exercitados das mais diversas formas, respondendo a pontos críticos.

Exemplifique, por favor, trazendo para o dia a dia dos varejistas, quais seriam esses pontos.

Primeiramente, mais do que vender é preciso saber para quem e como seus produtos estão sendo vendidos. Avaliar de maneira bem detalhada para quem o “crédito” está sendo liberado e o risco de inadimplência que cada uma dessas pessoas representa é um requisito básico. Outro ponto importante, que faz a diferença e é comum a todos os varejistas, independente do segmento, é conhecer profundamente os dados relacionados ao sortimento de peças; saber quais produtos mais vendem e ter uma boa estratégia de vendas cruzadas. Além disso, os elevados índices relacionados às perdas são um dos maiores responsáveis hoje pelos prejuízos no setor varejista. Desta forma, a prevenção a perdas é sem dúvida nenhuma crucial para o segmento de varejo. Para corrigir o curso, é preciso saber o quanto se perde, seja por roubo ou por algum dano. Cada empresa precisa entender seus padrões de comportamento e as peculiaridades de sua operação. Uma informação que pode ser considerada simples do ponto de vista analítico, porém devido ao grande volume de dados, de difícil detecção.

Quais as principais vantagens de contar com o apoio do BI?

O BI ajuda a ser ao mesmo tempo descritivo e preditivo: ou seja, conhecer os detalhes de sua operação; revelar aspectos que permitam entender o que e porque determinado desvio aconteceu, com a capacidade de clusterizar e associar as informações; terminando em ser mais preditivo, afinal os recursos de data mining (mineração dos dados), baseados em históricos, ajudam a entender o que pode acontecer se o cenário não for modificado. Também já é realidade o BI conversando com bases Big data, com o Google Analytics e com todas as redes sociais. Ferramentas super avançadas, porém nenhum pouco inacessíveis, conseguem trazer informações de todas essas bases para serem analisadas, com a mesma qualidade, permitindo que o varejista acompanhe todas as etapas de uma campanha, desde o post no facebook a até a venda consolidada pelo seu e-commerce.

Alguma dica para quem quer investir em BI?

Para que tudo isso aconteça a interface para acessar dados e transformá-los em informação precisa ser fácil e intuitiva, para quem quiser usar. É requisito básico que o dado seja pervasivo, ou melhor, popularizado. O que acontece muitas vezes são dados restritos às diretorias, esquecendo, por exemplo, que muito do que acontece, acontece na loja. Mais do que ter inteligência, ela tem que estar disponível na mão de quem faz a operação e não somente de quem faz a gestão. Desta forma, o BI pode sim, através de análises e previsões inteligentes, contribuir de maneira significativa para melhorar a efetividade do varejo em tempos de crise e ajudar estas empresas a superarem os desafios de reduzirem as perdas e de fazerem mais, com menos.

Tiago Sanchez

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