ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
Novo ranking do Ibevar-FIA mostra maior concentração do mercado varejista brasileiro

Novo ranking do Ibevar-FIA mostra maior concentração do mercado varejista brasileiro

02 ago 2021

Segundo dados do ranking do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo & Mercado de Consumo – Ibevar, Instituto de Administração (FIA), está havendo uma maior concentração no mercado varejista brasileiro, desde a pandemia:  o faturamento das 120 maiores empresas varejistas do País cresceu 20% (em 2020 comparado a 2019), de R$ 526 bilhões para R$ 632 bilhões, e suas vendas representaram 13,6% do consumo das famílias brasileiras, no ano passado (no período anterior foi de 11,6%).

Porém, a diferença entre as maiores e as menores é bem grande: nas 10 maiores companhias — Carrefour, GPA, Magalu, Via, Americanas, Big, Raia Drogasil, Natura, Boticário e Mateus Supermercado — o faturamento, no ano passado, foi de R$ 317 bilhões, a metade do valor total das 120 companhias, e cresceu quase 30%. Esse valor é 48 vezes maior que o faturamento das 10 menores (R$ 6,5 bilhões), que sofreu uma queda de 22%.

Para o economista Marcelo Villin, sócio do IEMI – Inteligência de Mercado e Diretor de Pesquisa da ABIESV, esses dados não surpreendem. “No Brasil os oligopólios existem em vários setores. Em alguns deles isso acontece há muito tempo, enquanto em outros, como o de calçados, está se iniciando processo agora”.

Para Marcos Andrade, presidente da ABIESV e CEO da Expo Manequins, esse cenário ilustra bem como o tamanho está fazendo a diferença no setor. “Algumas explicações são: Acesso facilitado ao crédito e com custo mais barato, acesso à tecnologia, facilitando a transformação digital do negócio, e equipes de melhor qualidade e inteligência para propor e implantar novas soluções”.

Villin completa dizendo que os grandes têm os bancos a seu favor e os fundos acionistas que provem mais recursos. “É normal na crise os menores serem mais prejudicados, pois são mais vulneráveis, têm menor poder aquisitivo, menos flexibilidade e menos crédito”. O especialista aconselha: “Os pequenos têm que se reinventar, criar diferenciais, saber bem em qual setor investir e ser especializado em nichos. Também não podem ‘abrir mão’ da tecnologia e têm que criar e-commerce”.

Segundo o economista essa concentração do varejo é um fenômeno mundial, acontece, também, por exemplo, nos EUA e Europa.  Marcos Andrade vai além: “O varejo brasileiro, quando comparado à mercados mais maduros, ainda é considerado pouco concentrado. O que significa que esse movimento deve continuar nos próximos anos”.

Ranking

De acordo com o ranking Ibevar-FIA, a maior empresa de varejo do País, conforme 2019, continua sendo o Carrefour, seguido pelo Grupo Pão de Açúcar. O Magazine Luiza pulou para o terceiro lugar do setor, tirando o Via (Casas Bahia). O grupo Big, que em 2019 estava em quarto lugar, também caiu no ranking, e no ano passado ficou em sexto lugar, atrás de Lojas Americanas.

Marcos Andrade, presidente da ABIESV fala sobre essa concentração do varejo:

Saiba mais a respeito em reportagem: https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,gigantes-como-carrefour-gpa-e-magalu-crescem-mais-na-pandemia-e-elevam-concentracao-no-varejo,70003792450

Foto da abertura: Pixabay