João Appolinário fala com exclusividade sobre experiência do consumidor e o império Polishop
O Departamento de Comunicação da Abiesv aceitou o convite feito pela comunicação da empresa Polishop, de assistir à gravação do primeiro episódio com a presença de plateia do ‘Shark Tank Brasil’, reality show que coloca empreendedores diante de investidores, no dia 9/10, no Teatro Gamaro, na Mooca, SP/SP.
Na oportunidade, o Portal do Varejo fez uma entrevista exclusiva com um dos Sharks que lideram o programa, João Appolinário, cuja trajetória como empreendedor é impressionante. Filho de dono de concessionárias de carros no ABC Paulista, Apolinário começou a empreender com a venda de um produto para emagrecimento. Em 1999, inaugurou a Polishop, da qual hoje é CEO e que tem um faturamento estimado em torno de R$ 1,5 bilhão/ano, com quase 300 lojas físicas e lançando 150 produtos/ano. Antes de abrir a primeira unidade, Apolinário apostou em anúncios de TV, em canal próprio e espaços comprados em grandes redes. A empresa é uma das percursoras da integração multicanais de vendas.
Desde 2016, Appolinário é um dos destaques do ‘Shark Tank Brasil’, já tendo investido mais de R$ 14 milhões em 14 ideias de empreendedores apresentadas no programa. Na atração divide espaço com Camila Farani, um dos maiores nomes do investimento anjo no Brasil e Caito Maia, criador da Chilli Beans, entre outros.
Omnichannel é o caminho para o varejo hoje. Fale um pouco sobre como vê o consumidor atual e o que é necessário oferecer-lhe: experiências, serviços e atendimento personalizados….?
Cada vez mais o consumidor sabe o que quer. O varejo tem que oferecer experiências, tem que ter ações diferentes e criativas junto a seus clientes. Os que não fizerem isso estão fadados a desaparecer. A venda é mais do que apenas uma venda, ela está relacionada a experiência do consumidor com a compra do produto. Tudo é importante, não apenas o produto que está sendo vendido, mas também a forma como cada cliente é atendido no ponto de venda e como faz a sua jornada dentro da loja. O consumidor hoje mais do que nunca busca experiência. E a experiência é uma construção de cada contato do consumidor com a empresa. Inclusive isso exige um envolvimento de toda a equipe. O consumidor é o centro de todos os canais, são eles e suas necessidades que devem moldar a empresa e seu atendimento.
(Appolinário costuma dizer em entrevistas: no caso da Polishop, ninguém acorda com vontade de comprar uma centrífuga, mas pode acordar com vontade de tomar um suco. Não vendemos uma fritadeira à vapor, vendemos a possibilidade de ter uma alimentação mais saudável).
O que teria para dizer ao pequeno e médio varejista e fornecedor do varejo: como sobreviver e se destacar diante dos concorrentes em tempos difíceis de crise?
O comércio, seja ele em qual canal, e de que tamanho for, tem de ser um mecanismo de criação de valor para o consumidor e a empresa. Mesmo a loja pequena tem que inovar, tem que sempre questionar o que está fazendo para melhorar e evoluir. É preciso entender como é a jornada de consumo do seu cliente, que passos ele toma até comprar algo, para assim saber em qual canal interagir e como.
Se João Appolinário pudesse voltar no tempo mudaria algo, alguma estratégia usada lá atrás que deu muito errado? E ao contrário também vale: qual sua decisão de negócio que acredita ter sido a mais acertada de toda a sua carreira?
Todos podemos errar. A questão é errar, perceber rápido que errou e voltar logo ao ponto de partida para acertar. Erros são comuns quando se aposta em algo novo, que não foi testado ainda. Para você acertar, muitas vezes, tem que errar. Faz parte da vida profissional, parte do mundo empresarial e de quem empreende. O importante é ficar atento aos resultados e saber mudar a direção, a estratégia se for preciso. Então, concluindo, várias vezes errei e várias acertei, tudo é válido.
Como está sendo participar do ‘Shark Tank Brasil,’ de empresário para a fama proporcionada pelo programa?
Um dos motivos que me fez entrar no programa foi tentar mudar a imagem do empresário brasileiro, que é muito ruim no país. Os noticiários da televisão mostram muitos casos negativos. Porém, vários empresários são geradores de emprego, de riqueza, renda, pagam impostos e fomentam o empreendedorismo no Brasil. Quer dizer, tem muitos empresários que trabalham com seriedade, dignidade e respeito à sociedade. Outro motivo de participar do programa, claro, é o fato de poder ajudar os novatos no mundo dos negócios. E o fato de ficar bem mais conhecido após participar do programa foi uma consequência natural.
E o que o programa está contribuindo para o empreendedor no País?
No programa, nós damos muitas dicas para quem quer empreender ou já está empreendendo. O empreendedor que vem ao Shark Tank tem se preparado cada vez mais para apresentar o seu negócio. Isso já é um exemplo de que existe uma contribuição do programa ao empreendedor brasileiro.
O programa com plateia do ‘Shark Tank Brasil’ foi ao ar no dia 18/10 pela Sony Channel. A dinâmica entre quem busca investimentos e empresários dispostos a bancar ideias inovadoras ficou ainda mais intensa diante de mais de 400 pessoas. Na gravação, João Appolinário foi o primeiro dos tubarões a investir em um negócio. “Nós ‘sharks’ estamos nervosos, pois hoje também estamos sendo testados por quem está aqui ao vivo e presencialmente nos assistindo. Mas o programa fica mais emocionante”, disse Appolinário pouco antes da gravação.
Crédito da foto: Guido Ferreira