ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO

Evento da Abiesv confirma cenário positivo para as vendas do varejo em 2018/19

27 mar 2018
Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra, em palestra no Backstage do Varejo

Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra

 

Com o tema ‘Projeção da Economia para 2018 e o Mercado Plus Size’ foi realizada a 25ª edição do Backstage do Varejo, com palestras e debate

“O cenário econômico há dois anos era péssimo. No ano passado, lentamente se iniciou uma recuperação do consumo, sobretudo em função da liberação do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. A velocidade da recuperação da economia não é espetacular, mas está na direção certa”, afirma Carlos Kawall, economista-chefe do Banco Safra, em uma das palestras realizadas hoje (27.03), no evento Backstage do Varejo, promovido pela Abiesv – Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços para o Varejo, no auditório da Fundação Armando Alvares Penteado – FAAP. “Com as eleições este ano, acreditamos em um político eleito que persista nas reformas econômicas, nas reformas dos gastos públicos, como a da previdência social. A gente quer um governo que gaste menos”, completa Kawall, também doutor em economia pela Universidade de Campinas — Unicamp e professor do Programa de Mestrado Profissional da Fundação Getúlio Vargas FGV/SP.

Este positivismo na recuperação da economia, segundo Kawall, vem, a princípio, do cenário internacional. A expectativa de crescimento da economia mundial é de quase 4%. “Há anos os EUA estavam com uma taxa de desemprego de 10%, hoje caiu para 4%”. O economista segue explicando que no Brasil, com a crise de 2015/16, as vendas do varejo e o consumo baixaram. Em 2017, começou a haver uma recuperação. Alguns setores sofreram mais, como o de eletrodomésticos, mas agora se recupera mais rapidamente. E a questão que Kawall levanta é: “Será que o consumidor está voltando a consumir com menos ímpeto? E deixa no ar a resposta, para reflexão. Mas, o importante é que conclui: “acredita-se que a economia terá um futuro positivo daqui para frente”.

Mercado Plus Size

O segmento Plus Size hoje representa 5% do mercado de varejo de moda no Brasil, com 7.178 lojas físicas (são cerca de 200 mil lojas ao todo) e 208 lojas digitais. E grande concentração de confecções e lojas estão no Sudeste do País. “Isto demonstra que o Brasil ainda precisa ser muito explorado neste setor”, diz Douglas Santana, presidente da Associação Brasileira de Plus Size — ABPS, também consultor, professor e mentor de startups e empresário da cadeia têxtil. Santana foi mediador no debate sobre mercado Plus Size, do Backstage do Varejo.

Segundo o empresário, este mercado tem um imenso potencial de crescimento no País. “Hoje 56% da população está acima do peso ou obesa. Cerca de 112 milhões de brasileiros. Destes, 64 milhões são homens. O mercado masculino do setor surpreende”, ressalta Santana. Segundo o presidente da ABPS, hoje este mercado movimenta 7 bilhões de reais, apresentando um crescimento de 8,1% ao ano (tamanhos a partir de 46 são considerados Plus Size). Em um comparativo: o mercado americano movimenta 20 bilhões de dólares, com 200 milhões de consumidores. Conforme pesquisa da Sociedade de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) de 2017, apresentada no evento, hoje a população acima do peso e obesa está dividida nas classes sociais: 41% classes D e E; 23%, classe C; 20%, classe B; e 16%, na classe A.

Segundo Marcela Elizabeth, vice-presidente da ABPS, fundadora da marca Curve à Porter (2012), especializada em tamanhos grandes, hoje ainda existe muito preconceito: “este consumidor já sai de casa achando que será mal atendido e que não achará o que quer. É importante os lojistas do setor fazerem uma pesquisa de consumo com seus clientes, saber se estão satisfeitos”.

Já Ana Claudia Costa, consultora em estratégia de varejo e branding, enaltece em sua palestra, o quanto o público de Plus Size é fiel. ‘É um público muito fácil de ser fidelizado. Uma pena que pouco se evoluiu neste segmento nos últimos cinco anos. As mesmas dificuldades de pessoal capacitado e estrutura continuam. Mas temos boas expectativas para o futuro, pois é um mercado que vale muito a pena investir”.

Também participaram como debatedoras do tema, Cynthia Horowicz, sócia-diretora da Flaminga.com.br (e-commerce especializado em moda plus size); a estilista Raquel Quinderé, da Wee!, do grupo Malwee, que desenvolve coleções para o público feminino e masculino plus size; e a empresária Marli Licciardi, dona da Melinde Brasil, marca criada em 2002, pioneira no segmento de plus size feminino. Criado em 2012, o Backstage do Varejo já reuniu mais de 2000 pessoas, de média à alta gerência, especialistas e profissionais autônomos do varejo, em torno de temas do setor.