ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
Como o Visual Merchandising atua em diferentes formatos de loja

Como o Visual Merchandising atua em diferentes formatos de loja

24 jul 2020

O Visual Merchandising tem ganhado cada vez mais importância nas empresas independentemente do segmento. Como é uma prática relativamente nova no Brasil, ainda surgem duvidas quanto a sua eficiência, como os profissionais devem atuar e o mais difícil para o lojista: qual profissional contratar e em que momento?

O visual merchandiser pode atuar em diferentes frentes de trabalho, seja no criativo, no estratégico ou no operacional. Esse já pode ser o primeiro critério de escolha na hora da contratação e, claro, a análise do portfólio, expertise e formação do profissional também.

No criativo o visual merchandiser atua desenvolvendo espaços comerciais atrativos, inovadores, traduzindo o branding da marca, através do store design, dos materiais, das texturas, do storytelling ou da cenografia. O consumidor faz uma leitura sobre diferentes aspectos da marca por meio de elementos visuais. Segundo pesquisa da ABIESV – Associação Brasileira da Indústria de Equipamentos e Serviços ao Varejo, 61% dos entrevistados dizem identificar a marca já pela fachada, 57% identificam se a loja combina com seu estilo de vida ao olhar a loja e 50% avaliam pela fachada e store design se os produtos são de qualidade. O que notamos com a pesquisa é que a tradução da marca e do seu propósito, através de elementos visuais é fundamental para se comunicar e atrair os consumidores.

No campo da estratégia, o perfil profissional é direcionado ao merchandising, ele não deixa de ser criativo, mas atua no projeto pensando de forma mais racional. Avalia e estuda quais são as categorias de produto a serem expostas, qual a área de ocupação de cada categoria de acordo com o faturamento praticado ou previsto, a capacidade de exposição da loja, layout e distribuição dos pontos de atração e geradores de fluxo, planogramas, tipos de equipamento de acordo com volumetria dos produtos, embalagens e objetivos com a categoria, entre outros. No estratégico, se desenvolvem métricas para avaliar desempenho de venda, giro de estoque, ticket médio, conversão e tempo de permanência na loja. O tempo de permanência dos consumidores nas lojas físicas tem diminuído por conta da pandemia. Os estímulos sensoriais para posicionar estrategicamente o produto certo, no lugar certo e na hora certa será fundamental na conversão destes consumidores em sua rápida visita a loja.

Quem atua como visual merchandiser operacional lida muito com a montagem das lojas, troca de produtos das vitrinas, coordenação os produtos, aplicando as técnicas de VM e de acordo com o perfil da marca, propósito, público, o projeto criativo e estratégico. É o dia a dia da loja, a manutenção do que foi projetado, o contato mais próximo com a equipe e os clientes. É um profissional que está na fase final dos projetos de VM, mas também precisa ser especializado e, digo mais, ter “mãos de fadas” e muita visão comercial.

Independentemente do formato de atuação, todos necessitam da interação com outros departamentos da empresa, seja quando um projeto está nascendo, em uma reforma  ou no dia a dia da empresa.

Alguns lojistas contratam os serviços de VM próximo a  abertura da loja, ou quando uma data comemorativa se aproxima. Trabalhe com planejamento e com projetos multidisciplinares. Integre departamentos de marketing, compras, desenvolvimento de produtos, fornecedores, arquitetos, agência de publicidade, departamento comercial e de operações da loja.

E um profissional pode atuar em todos estas áreas? Sim, existem profissionais e escritórios de VM que prestam consultoria e atuam de forma global. Voltando ao título pode surgir outro questionamento: Não seria complexo demais um trabalho assim para o varejo de pequeno porte? Afirmo que não. Independentemente do tamanho da empresa, se ela comercializa algum produto ou serviço no varejo ou no atacado precisa ter uma gestão multidisciplinar.

Segundo o Report Trend da Inova Consulting para o Pós-Covid: “Como em todos os momentos de mudança, alguns negócios perdem a importância, outros ganham, alguns desaparecem e outros surgem”. Dentre os negócios apontados como potenciais ganhadores no mercado pós-Covid-19 estão os pequenos comércios, que atuam localmente. Dependerá claro do modelo de gestão e comunicação com o consumidor e incluo aqui os projetos de VM multidiciplinares e integrados aos demais departamentos da empresa.

Endrigo Pontes – cofundador da Vitrail – Escritório especializado em Visual Merchandising; visual merchandiser, professor, palestrante, colunista e membro do Comitê de VM

Crédito da foto: Unsplash.com