ABIESV - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA O VAREJO
As vendas no Natal devem chegar ao patamar de antes da pandemia

As vendas no Natal devem chegar ao patamar de antes da pandemia

14 out 2021

A expectativa é de aumento de vendas sobretudo da linha de artigos de uso pessoal, que devem alcançar os níveis de 2019, segundo Marcelo Villin, sócio-diretor do IEMI – Inteligência de Mercado

Com a abertura do comércio são esperadas boas vendas no Natal desse ano. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo – CNC, as vendas de final de ano devem movimentar R$ 34 bilhões no varejo, 4,3% acima ao mesmo período do ano passado. “O varejo vai performar bem, sobretudo a linha de artigos de uso pessoal — cosméticos, calçados e vestuário –, podendo chegar próximo ao patamar de vendas de 2019, antes da pandemia”, informa Marcelo Villin, sócio-diretor do IEMI – Inteligência de Mercado.

Segundo o economista, já em novembro produtos de moda terão crescimento de 20% nas vendas sobre a média mensal e, em dezembro, chegará a dobrar a média mensal. “O setor de moda está bem desde junho”, completa.

Conforme Villin, nas datas comemorativas Dia das Mães e Dia dos Namorados, o setor de moda, que muito foi prejudicado na pandemia, já conseguiu atingir níveis de vendas próximos a 2019. “O Dia das Crianças também foi muito bom para o varejo. Até o fechamento desta reportagem não havia saído ainda o balanço das vendas do Dias das Crianças, porém a projeção da CNC era registrar um grande crescimento no volume de vendas e movimentar R$ 7,43 bilhões no varejo, o melhor resultado desde 2015 para a data (quando foi R$ 7,52 bilhões).

Mas ainda antes do Natal, teremos a Black Friday, em 20 de novembro. “Esse movimento já pegará uma fatia dos valores vendidos no Natal. Não acho uma boa ideia essa data, porque os lojistas terão que dar descontos em seus produtos e serviços. Não é a melhor solução nessa época perto do Natal. Seria bem melhor se a Black Friday fosse em janeiro, quando as vendas estão geralmente em baixa”, analisa Villin, que também é diretor de pesquisas da ABIESV.

O especialista explica, ainda, que os últimos quatro meses de 2021, com a reabertura do comércio, foram bons para as vendas, mas os primeiros quatro meses do ano não foram bons. Sendo assim, o acumulado do ano será entre 3% e 4% abaixo de 2019. “Já comparando 2021 a 2020 no acumulado do ano deve haver aumento de 16%, sobretudo setores como moda e artigos pessoais”, completa.

Novos empregos

Como comumente acontece nos últimos meses do ano, os varejistas já estão contratando trabalho temporário. Esse ano, conforme a CNC, a previsão é de que haja 73,1 mil trabalhadores temporários, um aumento de 10% em relação a 2020, quando a contratação foi de 66,7 mil postos. “Já começa a entrar o 13º salário, uma massa salarial maior e período mais favorável ao emprego”, comenta Villin.

Como os segmentos de vestuário e de supermercado detêm 42% da força de trabalho e em média respondem por cerca de 60% das vendas de Natal serão responsáveis pela maior parte dos novos empregos: vestuário, com 48,9 mil vagas, e supermercados, 10,4 mil vagas. O salário de admissão deverá alcançar R$ 1.191, o equivalente a uma alta nominal de 7,1% em relação ao mesmo período do ano passado.

Crédito da foto de abertura: Freepik