A importância de estudar o consumidor da loja, antes de fazer o projeto de arquitetura e design
A Arquiteta e urbanista Carla Lupinacci, que está no comando do escritório Lupinacci Arquitetura, dá orientações de como fazer um projeto de arquitetura e store design para uma boa experiência do consumidor na loja. “Uma das questões mais importantes e prioritárias é fazer um estudo sobre o consumidor daquela loja, saber para quem se está projetando”, explica a especialista, com mais de 20 anos de experiência em projetos de arquitetura de varejo. “É preciso considerar a autenticidade da marca e ter conexão com o estilo de vida do cliente da loja. As gerações têm mudado e é essencial identificar para quem se está projetando. O consumidor tem que se encantar pelo ambiente e pelos produtos e serviços”.
Segundo Carla, a arquitetura e o design transformam os ambientes em ferramenta de comunicação integrada com a marca, contribuindo para fazer com que cresça a relação com os clientes do PDV. “Um trabalho eficiente otimiza investimento e gera vendas. No processo criativo deve-se considerar: autenticidade e diferenciação da marca, implantação de tecnologias que auxiliem no negócio e o engajamento de toda a equipe”.
Entre as etapas do processo de trabalho, conforme a arquiteta, primeiramente está a visita técnica, onde é feito um briefing para execução do projeto. Em seguida, é realizado o projeto executivo da arquitetura, que compreende a ambientação, comunicação visual e detalhamento técnico. Nesta fase é feita uma análise, que envolve estudos de branding (definição e identidade da marca), de design (comunicação visual, papelaria e trade marketing) e da arquitetura e do mobiliário. Tudo isso para a produção de um roteiro de trabalho bem elaborado. Depois, vem o projeto executivo complementar (que seria a cotação com fornecedores parceiros).
Só então tem início a execução da obra, a materialização de tudo que está no projeto, com acompanhamento profissional. “Um bom atendimento deve compreender todo o processo desde o briefing, criação do conceito, planejamento e acompanhamento técnico da construção e montagem”.
Carla ressalta alguns aspectos de todo este processo. “Por exemplo, o fluxo de pessoas daquela loja deve ser pensado. Os espaços são criados para movimentação e circulação das pessoas. Tudo deve ser bem confortável. E não podemos nos esquecer de pensar na diversidade”, afirma a especialista, que também presta consultoria em arquitetura sustentável.
Outra questão é a valorização do produto em sua exposição. “Nesse processo, o visual merchandising é a cereja do bolo, que garante, por exemplo, que o produto esteja exposto de forma correta e gere vendas”. E, segundo a arquiteta, mais uma boa dica, é que a loja tem que conversar com o entorno. “Ter uma visão sobre todo o local é importante. Levando em conta também que a fachada é o primeiro olhar que influencia o consumidor”.
Seu escritório trabalha desde com pequenos franqueadores a grandes varejistas. “Os menores, as vezes, não tem muito para investir, mas é possível fazer um trabalho adaptado com o tamanho do cliente. Em um dos exemplos de projeto que realizou está o Santander Select. “Foi de troca de identidade visual, e é um bom exemplo de projeto que tem alinhamento de todas as áreas”. A Lupinacci Arquitetura foi responsável pela arquitetura, comunicação e conceito nos espaços no mobiliário.
Carla foi uma das palestrantes do 31º Backstage do Varejo (20/8), sobre o tema ‘store Design e Iluminação’. Evento bimestral da Abiesv, que discute temas da atualidade.
Ficha da Foto: Cliente: TecFit
Obra: Conceito novo – Loja Jardins // Projeto Arquitetura : Lupinacci Arquitetura // Projetos complementares: Fortiori // Gestão de Obra : Lupinacci Arquitetura // Construtora: Luciana Malta // Mobiliário : Hands On eventos // Foto: Ricardo Bassetti // Ano: 2018
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